A resolução RDC nº 06/2012 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou novas normas para processamento de lavagem e estocagem da roupa utilizada em hospitais em todo país. A mudança ocorreu após as denúncias, em 2012, sobre o reuso de lençóis hospitalares pelas indústrias de confecção. Em Maceió uma denúncia apresentada por moradores da Rua Professor José Aurindo Maciel, no bairro do Farol, levanta dúvida sobre o processamento das roupas hospitalares.

O endereço fica localizado aos fundos do Hospital Unimed. Em um vídeo publicado na rede social youtube, os moradores delatam a circulação de contêineres com roupas hospitalares sujas a qualquer hora do dia ou da noite. Mesmo durante a madrugada, o movimento de funcionários levando os carrinhos de um lado para o outro também é intenso.

“Infelizmente esse rua tornou-se uma extensão do hospital. Todos os dias, seja em qualquer horário, os funcionários estão transportando essas roupas sujas infectadas de um lado para o outros e nós ficamos aqui sem saber a quem recorrer. O hospital chegou, se instalou, mas em momento nenhum foi pensado no impacto para os moradores”, narrou um morador, que preferiu não se identificar.

A entrada ou saída é feita através dos acessos nos fundos da unidade. Do outro lado da rua, um galpão serve de armazenamento das roupas até que sejam recolhidas pela empresa terceirizada que realiza a lavagem. De acordo com os moradores, a circulação do material começou há cerca de dois meses quando a lavanderia do hospital foi desativada. Conforme a Anvisa, as lavanderias hospitalares devem seguir regras para garantir a limpeza e segurança sanitária das roupas utilizadas nos serviços de saúde.

Dentro delas ocorre o processamento das roupas para o atendimento aos pacientes e também de uso interno. São as lavanderias responsáveis pela coleta, transporte, separação, lavagem e devolução das roupas para reutilização. Sem o local dentro do hospital, o serviço foi terceirizado.

Reclamação

“Todos os dias podem ser observados que eles colocam essas roupas dentro desse almoxarifado e ficam lá durante o dia todo, até que a noite chega um caminhãozinho, sem identificação nenhuma, e começa a recolher as sacolas. A informação que tive é a lavanderia foi desativa para a ampliação da unidade e construção de mais apartamentos. Esse prédio não tem mais para onde crescer, mas da forma como eles estão fazendo, acredito que coloca em risco a saúde dos seus pacientes e também nós moradores”, afirmou o morador.

Em fotos obtidas pela reportagem do CadaMinuto Press é possível observar que sacolas com as roupas sujas ficam expostas na entrada do galpão, mesmo local utilizado para os estacionamento de motos de alguns funcionários do hospital. Os contêineres, identificados com nomes de roupas infecciosas, são conduzidos por funcionários vestidos de luvas, mantas, botas e até mesmo máscaras para evitar a contaminação.

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