"Só um minuto, é rapidinho (com sotaque), estou falando com a nanny", pede o entrevistado, com o olhar fixo no iPhone, mostrando perícia na digitação do Whats App. Nanny é a babá dos seus dois filhos gêmeos, concebidos por uma mulher desconhecida, hoje ambos com cinco anos: Matteo e Valentino. "Vou mostrar como eles estão hoje para você", diz agora, procurando nas mais de três mil fotos do álbum no smartphone. "Olha que beleza", aponta para Matteo, loiro, posicionado no que parece ser um sofá. Segundos depois, "este é o Valentino", e mostra orgulhoso um garoto igualmente nórdico no chão da sala, com óculos de armação vermelha, e cabelo raspado na lateral igual ao pai.
Salvo a corujice de quem já até escreveu livros de contos infantis depois de assumir, como já disse em entrevista anterior, o papel de pai e mãe, muita coisa mudou na vida dele, Ricky Martin. O eterno ex-Menudo, que tem pouco contato com os ex-integrantes, "só na base de mensagens de texto", passa por uma nova fase de transição. Um dos maiores nomes da música pop latina, com mais de 70 milhões de cópias vendidas dos sete álbuns lançados em 22 anos de carreira solo, ele resume bem: "a única coisa que é permanente, é justamente a mudança".
O astro de Maria e Viva La Vida Loca vive hoje uma espécie de nova reformulação pessoal e profissional, sem exagero dizer, semelhante à época em que saiu do armário e assumiu a homossexualidade, em 2010. Somente em 2014, Ricky Martin já oficializou o término do relacionamento de seis anos com o ex-companheiro Carlos González, anunciou o desligamento de Bruno Del Granado como seu prime manager após uma década e gravou um clipe com cenas quentes ao lado de Jennifer Lopez ao som do rapper-reggaeton-portorriquenho Wisin.
"Eu estou feliz, e tranquilo. Tive uma relação de seis anos muito linda, mas as coisas mudaram para mim agora. Mudou mesmo muita coisa. Meu manager mudou após dez anos. Foi um final de ano muito interessante. É maravilhoso", comemora, nesta entrevista exclusiva ao Terra no Rio de Janeiro, onde fica até quarta-feira para gravar um clipe de uma música que comporá a trilha oficial da Copa do Mundo de 2014.
Outra semelhança de momentos na vida do cantor portorriquenho é que o Brasil, mais uma vez, está inserido neste contexto de transformações. Na ocasião em que assumiu ser gay e deixou para trás o que considerou na época um passado de mentiras, ele quebrou no ano seguinte, em 2011, um hiato de seis anos ao lançar o sétimo álbum de carreira, Música, Alma e Sexo, cuja turnê passou por São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
"Só um minuto, é rapidinho (com sotaque), estou falando com a nanny", pede o entrevistado, com o olhar fixo no iPhone, mostrando perícia na digitação do Whats App. Nanny é a babá dos seus dois filhos gêmeos, concebidos por uma mulher desconhecida, hoje ambos com cinco anos: Matteo e Valentino. "Vou mostrar como eles estão hoje para você", diz agora, procurando nas mais de três mil fotos do álbum no smartphone. "Olha que beleza", aponta para Matteo, loiro, posicionado no que parece ser um sofá. Segundos depois, "este é o Valentino", e mostra orgulhoso um garoto igualmente nórdico no chão da sala, com óculos de armação vermelha, e cabelo raspado na lateral igual ao pai.
Salvo a corujice de quem já até escreveu livros de contos infantis depois de assumir, como já disse em entrevista anterior, o papel de pai e mãe, muita coisa mudou na vida dele, Ricky Martin. O eterno ex-Menudo, que tem pouco contato com os ex-integrantes, "só na base de mensagens de texto", passa por uma nova fase de transição. Um dos maiores nomes da música pop latina, com mais de 70 milhões de cópias vendidas dos sete álbuns lançados em 22 anos de carreira solo, ele resume bem: "a única coisa que é permanente, é justamente a mudança".
O astro de Maria e Viva La Vida Loca vive hoje uma espécie de nova reformulação pessoal e profissional, sem exagero dizer, semelhante à época em que saiu do armário e assumiu a homossexualidade, em 2010. Somente em 2014, Ricky Martin já oficializou o término do relacionamento de seis anos com o ex-companheiro Carlos González, anunciou o desligamento de Bruno Del Granado como seu prime manager após uma década e gravou um clipe com cenas quentes ao lado de Jennifer Lopez ao som do rapper-reggaeton-portorriquenho Wisin.
"Eu estou feliz, e tranquilo. Tive uma relação de seis anos muito linda, mas as coisas mudaram para mim agora. Mudou mesmo muita coisa. Meu manager mudou após dez anos. Foi um final de ano muito interessante. É maravilhoso", comemora, nesta entrevista exclusiva ao Terra no Rio de Janeiro, onde fica até quarta-feira para gravar um clipe de uma música que comporá a trilha oficial da Copa do Mundo de 2014.
Outra semelhança de momentos na vida do cantor portorriquenho é que o Brasil, mais uma vez, está inserido neste contexto de transformações. Na ocasião em que assumiu ser gay e deixou para trás o que considerou na época um passado de mentiras, ele quebrou no ano seguinte, em 2011, um hiato de seis anos ao lançar o sétimo álbum de carreira, Música, Alma e Sexo, cuja turnê passou por São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Terra - Você está aqui para gravar um clipe de uma música para a Copa do Mundo deste ano: Vida. Como vai ser o trabalho desta vez, depois de gravar La Copa de La Vida (música tema do Mundial de 1998)?
Ricky Martin - Sabe o que eu quero? Caminhar pelas ruas. E ver de tudo aqui no Rio. As diferentes cores. Claro que em dois dias não dá para falar tudo, precisaríamos de um ano inteiro e teríamos que fazer um documentário. Mas eu acho que vamos poder perceber a riqueza cultural do Brasil. A primeira vez que eu tive oportunidade de fazer uma música, quando a Fifa me ligou e ofereceu, eu disse 'claro', como vou dizer que não. Então, vamos fazer barulho. Uma música boa. O que eu gosto do concurso é que o povo está escrevendo a canção que vai ser parte da trilha oficial. É muito inovador. Escutamos 1.600 músicas de todos os continentes. E encontramos uma que se chama Vida. E ela é muito poderosa. A melodia é pop, é muito pegajosa. Você vai escutar uma vez e depois já vai estar cantando. Vamos misturar o batuque da África e fazer uma coisa internacional.
Terra - A Copa do Mundo não é uma unanimidade entre a população brasileira (apenas 52% dos brasileiros aprovam o torneio). Por aqui tivemos muitas manifestações, principalmente no ano passado. E a população pediu muito uma educação e saúde no que ficou conhecido com "padrão Fifa", como os estádios. Você chegou a ver isso, como analisa isso, fazendo parte do contexto do Mundial?
Ricky Martin - Eu entendo a preocupação do povo brasileiro. Se é preciso saúde e educação, eu sempre vou apoiar. Mas, honestamente, gostaria de conhecer um pouco mais do problema. Agora, meu foco é a música e a oportunidade de estar aqui e unir a música com o esporte. É o que eu posso dizer por agora.
Terra - Você é bastante assíduo nas redes sociais (Facebook com 5,6 milhões de likes, com 493 mil seguidores no Instagram, e outros impressionantes 9,9 milhões no Twitter). Como isso mudou sua relação com os fãs?
Ricky Martin - Quando fiz o meu último CD, eu falava (nas redes sociais) muito dos músicos que estavam me influenciando. E o público me perguntava: 'você está escutando quem' Não, isso é uma loucura'. Você tem uma mensagem pronta e direta. É algo muito poderoso. Hoje eu penso e em segundos milhões de pessoas escutam. Vamos aproveitar, claro. Eu administro assim: o Twitter é meu, e o Instagram também. Mas tem um time que me ajuda. Por questão de tempo quando estou na Austrália, por exemplo, tem que sair coisa no Brasil às cinco horas da tarde daqui, mas lá a essa hora estou dormindo (risos).
Terra - Este ano tem sido marcante para você, já que em três meses terminou um relacionamento longo, e gravou um clipe sensual com a Jennifer Lopez (Adrenalina, do rapper Wisin). Como você definiria seu momento atual?
Ricky Martin - Eu estou feliz, e tranquilo. Tive uma relação de seis anos muito linda, mas as coisas mudaram para mim agora. Mudou mesmo muita coisa. Meu manager mudou (rompeu com Bruno Del Granado após uma década). Foi um final de ano muito interessante. É maravilhoso, pois a única coisa que é permanente, é justamente a mudança. E me sinto muito bem hoje.
Terra - E o pai Ricky Martin nessa hora, como está lidando, então, com as mudanças?
Ricky Martin - É gerência do tempo basicamente. É na base do 17h10 tem que fazer uma coisa, 17h20 uma outra, e 17h35 também. Estou tentando. Mas meus filhos estão sempre comigo. Eles não vieram para cá, pois vou ficar apenas dois dias (até quarta-feira). É rapidinho, então prefiro que fiquem com o avô, que também é importante. Não é difícil, graças a Deus. Meus filhos são fortes, saudáveis, e não conhecem outra coisa, nasceram numa turnê. Então para eles é normalidade. Acho que estou maduro, até porque se eu fosse o mesmo cara de cinco anos atrás algo estaria errado. Sou capricorniano. Sou muito de fazer assim (sinaliza com as mãos deixando o passado...passar).