Após denúncias formalizadas por alguns alunos, o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) instaurou nessa quarta-feira (20) um inquérito civil público para apurar a atuação da instituição de ensino Maceió Cursos, localizada em Arapiraca, que estaria emitindo certificados irregulares de conclusão do Ensino Médio.
Em contato com o CadaMinuto, o coordenador do supletivo - que também prepara para o vestibular - Eduardo Pedrosa, revelou que cerca de quinhentos alunos teriam procurado o cursinho com o mesmo problema ocasionado pelo fechamento de um colégio em Sergipe, onde as provas eram realizadas. Com o fim da instituição, o proprietário teria deixado de repassar a documentação dos estudantes e estaria sendo procurado pela polícia do Estado.
Na próxima segunda-feira (25) o Maceió Cursos irá ao MPE/AL apresentar a documentação que garantia a realização de provas para a conclusão do ensino médio no Colégio Fênix, localizado em Sergipe. Segundo Eugênio Pedrosa, esse é o nome da instituição que aparece nos certificados dos alunos denunciantes e onde as provas eram realizadas até 2012. O coordenador ainda questionou a informação repassada pelo MP, ressaltando que nenhum cursinho é autorizado a realizar as provas de conclusão, apenas faz a preparação para elas.
“Cerca de quinhentos alunos nos procuraram e apesar de não termos culpa, já que prestamos corretamente o serviço ofertado, orientamos e tentamos resolver a situação. Não agimos de má fé. Temos toda a documentação que autorizava a realização das provas no colégio de Sergipe. O problema que motivou a denúncia ocorreu lá, inclusive o proprietário do Fênix está sendo procurado pela polícia sergipana por ter sumido com a documentação de diversos alunos também naquele Estado. Hoje nós preparamos os alunos e os levamos para a Paraíba para passar pela prova, novamente com tudo legalizado,” explicou.
A autorização para a realização das aulas e provas supletivas é dada pela Secretaria e Conselho de Educação de cada Estado. O coordenador do Maceió Cursos ressaltou que o cursinho está autorizado a realizar o preparatório e que o Fênix estava na mesma situação para realizar a prova até fechar as portas no ano passado diante de uma resolução de Sergipe, criada em 2008, determinar o fechamento de alguns colégios após o término da licitação de funcionamento.
“Realizamos as provas em outros desses colégios que fecharam e não tivemos problemas em nenhum, já que mesmo deixando de funcionar eles deram andamento nos processos que estavam para serem chancelados e repassaram os documentos dos alunos. Tudo isso seria evitado se as provas fossem realizadas aqui em Alagoas como manda a lei. Em cada ano, duas provas supletivas têm que ser aplicadas pelo Estado, mas isso não ocorre. Em 2010, por exemplo, não houve aplicação. Tenho vinte anos no ramo e já vi provas serem marcadas e cerca de treze mil alunos comparecerem ao Cepa e encontrarem as portas fechadas porque o exame foi adiando e ninguém informado,” disse Eugênio Pedrosa.
Os estudantes que se sentiram lesados realizaram boletim de ocorrência na 52ª Delegacia de Polícia, eles também serão ouvidos no dia 25, às 9h, a 9ª Promotoria de Justiça de Arapiraca juntamente com os representantes do Maceió Cursos e com a 5ª Coordenadoria Regional de Ensino para que o caso seja analisado e uma solução definida.










