A morte do professor universitário José da Luz Neiva, em março do ano passado, dentro de um motel no bairro da Santa Lúcia, quando estava na companhia de José Ricardo Silva, réu confesso do crime, levantou a possibilidade da sua homossexualidade. Porém, a ex-amante de Neiva, que não se identificou durante o julgamento, afirmou desconhecer o fato, mas lembrou de orgias feitas durante o período de relacionamento.
Apesar de ser testemunha no julgamento, a ex-amante do professor não se identificou e contou com a discrição do juiz Maurício Brêda, que pediu inclusive, para que fotos não fossem tiradas da mulher.
Segundo a mulher, a possibilidade do professor ser homossexual era desconhecida, apesar do casal ter realizado vários orgias. “Ele tinha várias fantasias sexuais, mas em nenhuma delas aparentou ser homossexual. Por isso, desconfiei logo de início quando surgiram os primeiros rumores”, afirmou.
De acordo com a testemunha, Neiva tinha fantasias sexuais em que a então amante fizesse sexo com vários homens, a maioria deles encontrados em anúncios de jornal. Ela lembrou ainda, que conhecia o réu José Ricardo Silva, que tinha realizado alguns serviços em sua residência e com quem fez sexo várias vezes, também a pedido do professor.
Após o depoimento da ex-amante, o representante do Ministério Público, Flávio Gomes da Costa, pediu a dispensa das testemunhas, mas o advogado de defesa, José Carlos Ângelo pediu pelo testemunho de uma funcionária do motel “Oasis”, local do crime, pedido que foi atendido pelo juiz Maurício Brêda.
Segundo a camareira do estabelecimento, Fabiana da Silva Gomes, que trabalhava no dia do crime, um diálogo rápido com o réu deixou algumas suspeitas. “Eu peguei a noite e saí de manhã. Antes disso, ele (José Ricardo) pediu um taxi e saiu. Ainda perguntei se o seu acompanhante sairia em seguida, mas ele falou que só deveríamos acordar ele por volta das 06h da manhã e foi embora”, afirmou.
Diante do curto diálogo, o promotor questionou se o réu apresentava qualquer tipo de reação, nervosismo ou arrependimento e rapidamente a camareira afirmou; “Não, ele parecia estar calma, não mostrava nada de diferente”.
Com o réu tendo assumido o crime, o Ministério Público, representado pelo promotor Flávio Gomes da Costa, irá pedir a condenação de José Ricardo pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e furto.
O caso
O professor José da Luz Neiva, 52, foi encontrado morto em um quarto do motel Oásis, no bairro da Santa Lúcia, na manhã no dia 10 de março de 2012. O corpo foi descoberto por funcionários durante a troca de turno no estabelecimento. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou que Neiva morreu vítima de estrangulamento.
Durante a apresentação de José Ricardo à imprensa, a Polícia afirmou que, em depoimento, o preso confessou o crime e disse que conhecia a vítima há 11anos, com quem se encontrava regularmente. Ele relatou que matou Neiva o enforcando com um cinto.
José Ricardo foi reconhecido por funcionários do motel Oásis como a pessoa que estava com o professor no quarto.