O Conselho Estadual de Segurança (Conseg) determinou que num prazo de 30 dias a Superintendência-Geral de Administração Penitenciária (SGAP) abra uma sindicância para apurar a conduta de agentes penitenciários durante uma paralisação de advertência no mês de agosto.

A greve, que durou 48 horas, culminou com uma grande confusão entre familiares de detentos das unidades prisionais e agentes penitenciários. Impedidos de realizar as visitas durante o sábado, os parentes dos presos protestavam do lado de fora enquanto os reeducandos iniciaram um quebra-quebra porque estavam trancados em suas celas.

O relator do processo é o promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, que durante a sessão desta segunda-feira (07), disse que o Conseg não pode substituir a função da Corregedoria, atuando na apuração da conduta dos agentes penitenciários. O promotor afirmou ter em mãos a ficha funcional dos servidores envolvidos na confusão, mas não especificou nomes.

Durante a reunião, ficou determinado que o Conseg irá encaminhar um ofício comunicando a SGAP a decisão da instauração de uma sindicância.

Confusão, disparos e pânico

Quando souberam que as visitas não iam acontecer, os presos começaram a depredar as celas e quebrar as grades. Cinquenta policiais do Bope foram designados para garantir a segurança dos agentes. Do lado de fora, os parentes dos presos ao ouvirem disparos e explosões se desesperaram e a confusão teve início. Uma mulher que estava com o filho no colo foi ferida na boca.

Os familiares dos detentos que aguardavam para fazer a entrega dos alimentos se revoltaram com o impedimento da visita. A esposa de um preso que preferiu não se identificar disse que "a assistente social telefonou e avisou que haveria visita. Trouxe alimentos e estou aqui desde as 3h30 da madrugada. Isso é uma falta de respeito" desabafou nervosa.

Outra mulher que aguardava para visitar seu companheiro relatou que os agentes "tratam  as famílias dos detentos como se todos fossem bandidos. Um deles quis que revistar até o ânus de meu filhinho de apenas seis meses. Isso é um desrespeito", disse aos prantos.

As mulheres se colocaram na frente dos portões do Cyridião Durval e do Baldomero Cavalcante gritando palavras de ordem e chegaram a atirar ovos contra os agentes.

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