A denúncia de que o soldado Siderlane, da Polícia Militar de Alagoas, entrou de licença médica da corporação e assumiu um cargo de assessoria do vereador Silvânio Barbosa, na Câmara Municipal de Maceió, será a partir de hoje apurada pelo Conselho Estadual de Segurança (Conseg).

O caso veio à tona após uma reportagem do jornal semanário O Dia. O relator é o conselheiro Cacá Gouveia. Durante a sessão do Conseg desta segunda-feira (07), o presidente da entidade, Maurício Brêda afirmou que o militar não poderia assumir o cargo, pois precisaria de um decreto do governo do estado. A licença médica do soldado Siderlane aconteceu por problemas psicológicos.

Os conselheiros decidiram solicitar uma cópia do ato de concessão da licença médica à Polícia Militar; já a Câmara Municipal deverá enviar a comprovação de que o soldado tem um cargo na Casa de Mário Guimarães.

Durante a discussão do caso, o coronel Pantaleão chegou a ser ouvido pelos conselheiros a portas fechadas. Ex-comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, localizado no Benedito Bentes, o coronel foi transferido há um mês daquele comando devido influências políticas do vereador Silvânio Barbosa.

A polêmica teve inicio quando o vereador fez declarações durante uma festa de São João no bairro do Benedito Bentes que resultaram na saída do Coronel. À época, o negou ao CadaMinuto as denúncias e afirmou que tudo que está sendo dito “foi inventado”.

Coronel Ivon, chefe do Estado maior, afirmou que toda corporação estará apoiando o Coronel porque é inadmissível a influência política na gerência do comando. “Estamos indignado pela forma como aconteceu. Nós, coronéis, não admitimos qualquer gerência política na corporação”.

O Coronel revelou ao CadaMinuto que haverá uma reunião entre os comandantes para definir quais as estratégias de atuação eles irão tomar para cobrar uma postura mais incisiva do Estado. “Queremos uma resposta do Governo de autonomia e com todo respeito ao vereador, ele tome conte do seu território, da polícia não”.

A saída de Pantaleão

A saída do Coronel foi publicada no boletim da corporação, no dia 04 de setembro e revoltou os policiais. “A ação protagonizada pelo vereador Silvânio Barbosa foi lamentável, desequilibrada e desrespeitosa”, afirmaram os oficiais militares em nota emitida ao CadaMinuto.

“Agora, com a saída do coronel, o comando da corporação e a presidência da classe dos oficiais precisam se posicionar juridicamente diante de acontecimentos como este. O vereador, além de desrespeitar a classe da polícia, disse que o coronel iria sair do comando. E, agora, o coronel Pantaleão saiu. É muita coincidência”, afirmaram os policiais.

O vereador, além de desrespeitar a classe da polícia, disse que o coronel iria sair do comando. E, agora, o coronel Pantaleão saiu. É muita coincidência”, afirmaram os policiais.