A dívida do governo de Alagoas com a União, que gira em torno de R$ 8 bilhões foi citada pelo governador do Estado, Teotônio Vilela Filho, durante o Encontro Estadual de Prefeitos e Prefeitas, na manhã desta sexta-feira (20). Segundo o líder do executivo, a dívida é impagável e o povo alagoano é quem “mantém” o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo Vilela, os juros cobrados pelo BNDES são oito vezes maiores do que em caso de um empresário que solicita auxílio do banco, o que transforma a dívida impagável, tendo em vista que Alagoas é o Estado mais pobre da federação.

“Desde 1997, quando a dívida foi negociada, este débito só cresce, valores astronômicos são pagos apenas de juros e não conseguimos estancar esta sangria”, afirmou o governador.

A dívida do Estado antes de 1997 girava em torno de R$ 500 milhões e quando foi negociada naquele ano, passou para R$ 2 bilhões. Desde então, o governo pagou R$ 3 bilhões que se referem apenas aos juros, enquanto o débito se encontra na casa dos R$ 8 bilhões.

Os valores altos e a possibilidade remota de quitação deste débito num médio longo prazo, são mostradas na reação do governador, que afirma ser o povo alagoano que acaba pagando por este débito. “Posso dizer que é uma dívida impagável. O povo alagoano é quem acaba pagando por isso, sustentando o BNDES, já que o dinheiro que o Estado paga por este débito, principalmente pelos juros, seria empregado em outras áreas”, disse.

Questionada sobre a dívida alagoana junto a União, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, afirmou que a dívida estadual é considerada “complicada” e apenas se enquadrando na Lei No 8.727, de 5 de novembro 1993, que estabelece diretrizes para a consolidação e o reescalonamento, pela União, de dívidas internas das administrações direta e indireta dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e não acredita haver outra forma.

“A dívida é alta, acredito que já foi discutida algumas vezes e acho que só se o Estado se encaixar na Lei que trata dessas negociações, é que alguma coisa pode ser feita. Não acredito que um paliativo para amortizar o débito seja possível”, afirmou.