A economia mundial sofreu um baque em setembro de 2008, com a notícia da concordata de um dos maiores bancos de investimento dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, e, desde então, grandes potências econômicas e países emergentes patinam para voltar a crescer.
A quebra do Lehman Brothers tornou-se o marco da crise financeira internacional, mas a falência do banco foi resultado de uma gestação que começou quase uma década antes e configura “o auge de um monte de barbeiragens” cometidas, em especial, pelo sistema financeiro, que, na ausência de regulamentação, se acostumou a fazer operações extremamente arriscadas, segundo Simão Davi Silber, professor do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP).
Como consequência, o governo dos EUA nacionalizou empresas e colocou em prática um programa de estímulos que dura até hoje, o que elevou seu déficit fiscal, estagnou a economia e aumentou o desemprego, além de tirar milhões de famílias de suas casas.
Desde a quebra do banco, o desemprego nos EUA foi de 6,1%, em setembro de 2008, para 10% em outubro do ano seguinte, e em agosto deste ano alcançou 7,3%. A economia saiu de um crescimento de 1,9%, em 2007, para uma queda de 7,1%, em 2011.
Intervenções
Para gerenciar a crise, o governo dos EUA fez intervenções em empresas como a GM e bancos, quebrando um forte tabu da cultura norte-americana. Para estimular a economia estagnada, o governo mudou a política monetária, dando estímulo ao crescimento. De um lado, injetou recursos via compra de títulos, e de outro, adotou uma política de juros baixos que jamais se havia visto no passado.
Segundo o Tesouro dos EUA, o programa de ajuda aos setores bancário e automobilístico custou US$ 421 bilhões, mas uma parte desta quantia já teria voltado aos cofres públicos, segundo fontes do Tesouro.