A eleição no ano que vem para deputado federal será a mais disputada da história de Alagoas. Nos bastidores começou a guerra de fechar a chapa, a fim de salvar os campeões de votos ameaçados até de ficar de fora da Câmara dos Deputados. Até a convenção que vai acontecer em junho, irá rolar muitas conversas e acordos na tentativa de salvar mandatos.

E o pior é que até o momento tudo leva a crer que vai cair uma vaga da bancada alagoana na Câmara dos Deputados. A disputa agora será por oito – e não nove.

No PP, estima-se que o federal Arthur Lira terá em torno de 110 mil votos. Com oito vagas, o partido precisará de aproximadamente 170 mil votos para eleger um federal. Para fazer dois precisa de 300 mil. E assim, o Arthur precisa de mais companheiros para atingir a votação. E ninguém vai querer se coligar com ele, pois Arthur só garante a vaga dele.

É por isso que o senador Benedito de Lira, pai de Arthur e presidente do PP, tenta puxar para o seu partido o federal Carimbão ou mesmo Marx Beltrão, que acaba de deixar o PMDB de Renan.

Em busca do seu quinto mandato, o federal Givaldo Carimbão esta desesperado, pois sabe que o seu potencial é em torno de 90 mil votos e precisa se unir a outros partidos. Ele primeiro vai tentar resolver o impasse de ficar ou não no PSB com Alexandre Toledo na sua cola.

E como Carimbão sabe fazer conta e é matreiro, ele que coligar-se com candidatos de densidade inferior a ele. O que é muito pouco provável, pois ninguém quer lhe servir de escada.

Na trilha do Rui

O JHC vem se comportando na sua atuação na Assembleia Legislativa, o que foi o tucano Rui Palmeira ao denunciar os taturanos. Com isso, se credenciou hoje para ser um forte candidato a federal. E na trilha do Rui, deixa o JHC sendo assediado pelos caciques políticos em busca de tê-lo no palanque.

No momento, JHC prefere continuar sua luta por uma moralização na casa Tavares Bastos. Ele tem hoje um grande aliado: a sociedade que cansou de ouvir e comentar as imoralidades da Assembleia Legislativa. E assim JHC, se credenciou a dar um vôo mais alto: Câmara dos Deputados.

Dois caminhos

O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que não pode ficar mais sem mandato, tem dois caminhos a percorrer: coligar-se com o PMDB ou com o PT de Paulão. Ele deve ter em torno de 100 mil votos. Caso venha a se coligar com o PT só faz um. Com o PMDB poderá fazer três. Se formar PMDB, PT e PDT em um só palanque, a chance será a mesma: três vagas. Não há possibilidade de a coligação eleger quatro representantes, pois seriam necessários quase 600 mil votos.

Bem Fortalecido

O republicano Mauricio Quintella tem se fortalecido para conquistar sua reeleição. Foi eleito membro da Mesa diretora da Câmara dos Deputados com votação expressiva. Em Alagoas, saiu-se bem ao apoiar no início da campanha o prefeito eleito Rui Palmeira e tem circulado bem no governo estadual.

Com dois minutos na TV, Quintella é nome forte para uma composição na majoritária. É por isso, que ele tenta trazer o ex-peemedebista Marx Beltrão para garantir a vaga na Câmara Alta do PR em Alagoas. Tem muita chance de ser reeleito.

Sinuca de bico

O ex-prefeito de Coruripe, Marx Beltrão, é outro campeão de voto que no momento, com sua saída do PMDB, entrou numa sinuca de bico. Se for para o PTB de Collor, ficará isolado e dependerá de uma coligação para disputar uma vaga.

Já o PMDB, mesmo perdendo Marx, depende, caso Renan Filho venham a ser candidato à reeleição junto com o ex-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, alcançará um coeficiente eleitoral – os dois – entre 250 mil a 300 mil votos. Ambos estariam eleitos, tranquilamente.

Quem vai sobrar?

O tucano Pedro Vilela, que tenta chegar pela primeira vez à Câmara Federal, é cotado para ter em torno de 110 mil votos. Mesmo com muito dinheiro, vai ter que buscar alguma outra sigla para se coligar.  Numa coligação com Carimbão, Arthur Lira e Pedro Vilela, a garantia de eleição é de apenas dois candidatos. Um vai sobrar.

Para eleger três, estima-se que o partido ou coligação terá de conseguir uns 420 mil votos. É aí que a coisa pega: a composição para fazer dois, tanto faz ter 300 mil votos como 390 ou 400 mil. Só fará mesmo dois federais.

Portanto, a única solução para os campeões de votos é se unirem, pois não têm chapa própria, estando cada um em seu partido, sem coligação.

Se juntar Marx Beltrão, Arthur Lira e Carimbão, só dois conseguirão á se eleger. Situação parecida ocorrerá no caso de se juntar Pedro Vilela e Carimbão. Neste caso, só um estará com mandato garantido, que certamente será o Pedro Vilela.

O governador tucano Teotonio Vilela trabalha para colocar algumas buchas de canhão para ajudar a chapa de deputado federal. E já ensaia as candidaturas do Jorge VI e do ex-deputado estadual Marco Ferreira, que teriam, juntos, 35 mil votos.

Almeida no páreo

O ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida, deu um tiro certo: foi para o PRTB onde o antenado advogado Adeilson Bezerra tem fortalecido a sua candidatura – a primeira para federal. Almeida conquistar em Maceió o recorde de 100 mil votos. O atual recordista é o tucano Rui, que obteve 69 mil votos em 2010. O PRTB monta uma chapa que garante a vaga de Almeida, caso ele tenha mesmo essa votação expressiva na capital com condições de puxar um segundo nome.

Intermediários

Difícil mesmo é a situação do empresário João Lyra, do PSD. Ele terá de montar um bom palanque para se reeleger.

Outra que se encontra numa luta intensa é a federal Rosinha da Adefal, que ainda não decidiu para onde vai. Ela precisa decidir se fica no PT do B ou se vai para o PMDB de Renan, cujo convite já confirmado pelo senador e presidente estadual do maior partido político em Alagoas. E o presidente do PT do B, Marco Toledo, não quer nem pensar nessa hipótese. Ela sabe que o partido pode implodir com a saída da deputada.

Até porque, o deputado estadual Antônio Albuquerque, que tem interesse de consumo em ser federal, estuda a possibilidade de se transferir para o nanico PRP.

Até o momento, ninguém faz conta com o democrata José Thomaz Nonô. Tudo leva a crer que o atual vice-governador do Estado passará mais uma vez em branco na disputa federal.

Os demais postulantes são coadjuvantes dos campeões de voto, que anda com a máquina de calcular e fazendo as contas da possibilidade de chegar à Câmara dos Deputados.

acesse>twitter@Bsoutomaior