O que querem os jovens com os protestos e o que precisa mudar?

18/06/2013 07:50 - Voney Malta
Por Voney Malta

Essa é a pergunta que está na cabeça de todos, especialmente dos prefeitos e governadores das cidades onde os protestos ocorrem com maior intensidade e até na cabeça da presidente Dilma.

É fato que o Brasil avançou bastante nos últimos anos ao reduzir as desigualdades sociais. Entretanto, não avançou satisfatoriamente, por exemplo, nos quesitos segurança, transporte e educação nem no combate a impunidade e a corrupção.

As classes sociais menos favorecidas ascenderam através dos programas sociais e dos diversos incentivos dados pela União.

Mas a classe média não foi tão beneficiada. E sofre para manter os filhos em razoáveis e médias escolas particulares, assim como nas faculdades também particulares. As quotas sociais abriram as portas para os menos favorecidos terem acesso às universidades públicas. Porém, por outro lado, dificulta o acesso da estudantada da escola paga.

O Governo Federal desonera produtos e alimentos. O empresariado não repassa o desconto para o preço final ao consumidor. Os assalariados não têm como fugir dos impostos e descontos obrigatórios em sua renda. O pior é que não vêm o que pagam obrigatoriamente transformado em benefício para o que mais necessita no seu dia a dia.

E esses jovens vêm, diariamente, o sofrimento e as dificuldades dos pais para conseguirem cumprir as suas obrigações. Assim despertam para a realidade e para o futuro perigoso que terão de enfrentar.

As obras para a Copa de 2014 pode estar sendo o estopim de um alerta. Ora, convenhamos, os estádios foram construídos com dinheiro público e muito deles serão entregue a iniciativa privada para explorar e ter lucro. O problema é que a promessa de melhorias no transporte e trânsito, nos aeroportos, na segurança, educação e saúde não foram cumpridas.

Algum político vai pegar essa conta. O dedo da insatisfação será dirigido pra quem nos representa e deve gerenciar os recursos públicos. Alguém, talvez muitos políticos, será responsabilizado. Um movimento crescente como o atual e bastante próximo das eleições de 2014, trará consequências e surpresas.

As redes sociais estão mostrando o seu poder de aglutinação e de força. Do ponto de vista político o momento é de intenso risco para a classe política e é ainda maior para a presidente Dilma

Os protestos ocorrem sem interferência de partidos ou lideranças políticas. Então é puro, digamos assim.

 O chamamento não é mais feito por carro de som, megafone, panfletos, como antigamente. E sim pela sua excelência as redes sociais: facebook, blog, twitter.

Como é bom ter liberdade, apesar de tudo.

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