A audiência convocada pelo Tribunal de Justiça nesta quarta-feira (12) para discutir o preço das passagens de ônibus de Maceió promete ser acalorada. O desembargador James Magalhães afirmou que caso não haja um consenso na reunião de hoje, ele decidirá até a próxima terça-feira (18) o valor da tarifa. Já a SMTT diz que vai lutar para manter o autal valor.
Magalhães disse que vai escutar todos os envolvidos na discussão para tentar chegar a um acordo. Mas ele já avisou que caso o preço sobre a tarifa de ônibus não seja decidida, ele irá analisar sozinho e dará o veredito até a próxima semana.
“A tarifa de ônibus é uma questão que interessa a muitas pessoas. Vou ouvir todos os envolvidos aqui nesta audiência, mas caso não se chegue em um acordo, irei decidir até a próxima semana como vai ficar esta questão”, afirmou.

O superintendente municipal de trânsito, Tácio Melo da Silveira disse que não concorda com o valor que a Transpal e os empresários querem para a tarifa de ônibus na capital: um reajuste de R$0,55 centavos, que eleva a tarifa para R$ 2,85. Tácio disse que vai tentar manter o atual valor de R$ 2,30, mas caso não consiga, tentará negociar em nome da SMTT um valor abaixo do pretendido pelos empresários.
“Vamos negociar uma valor menor, pois sabemos que seria impraticável. A SMTT vai reforçar a fiscalização aos transportes clandestinos, que é uma das maiores queixas dos empresários e também a justificativa deles para o aumento no valor da tarifa”, adiantou.

Além da SMTT e Transpal, participam ainda a promotora Fernanda Moreira, do Ministério Público e Alberto Lanverly, professor da Universidade Federal de Alagoas e engenheiro de tráfego. Cada órgão terá direito de expor suas justificativas na audiência e somente no final da manhã que um posicionamento sobre o aumento das passagens deve ser conhecido.

Já o advogado da Transpal, Fernando Costa, aproveitou a oportunidade para dividir responsabilidades com o próprio órgão, que segundo ele, também tem participação na necessidade de reajuste.
“Estamos pensando no bem da população, mas também no bem próprio, em manter as empresas funcionando. Por exemplo, as empresas pagam uma taxa referente ao Fundo de Transporte Urbano e esse valor não é aplicado nas melhorias”, disse.
Questionado sobre a falta de informações que justifiquem o reajuste, o representante jurídico afirmou que a SMTT tem autonomia para buscar todas as informações necessárias. “A SMTT tem poder de polícia neste caso, para fiscalizar e buscar as informações que precisa. O órgão e seus representantes sabem que o reajuste é necessário e que os valores pagos hoje são inadequados”, afirmou.

Por outro lado, líderes de movimentos estudantis e até da Central Única dos Trabalhadores (CUT), confirmam protesto caso o reajuste seja sacramentado. “Recebemos a notícia com muita tristeza. Da mesma forma que aumentaram para R$ 2,30, estão fazendo agora e com as mesmas justificativas. A passagem aumenta e o serviço continua o mesmo, deficiente”, afirmou Bruno.
A CUT também estará presente no período de negociações entre as partes e confirma apoio ao grupo que deve protestar por conta do aumento. “Mais uma vez estamos vendo esse abuso acontecer. Sabemos das dificuldades das empresas, mas e as nossas dificuldades, que vê? Então, estaremos juntos com as pessoas que se sentirem prejudicados, protestando contra esse reajuste”, disse Isaac da Cut.
População organiza protesto via redes sociais
Bastou que a informação da audiência fosse divulgada e com ela a possibilidade de aumento do valor da passagem, um grupo de pessoas deu início via redes sociais á organização de um protesto contra o aumento do valor.
Intitulado Revoltados do Busão, o protesto está marcado para acontecer na próxima quinta-feira (13), às 16 horas em frente ao posto de atendimento da Transpal, no Centro. Os internautas estão se organizando pela internet e convocando a população para aderir ao movimento.



















