A pirâmide política em Alagoas

11/06/2013 11:10 - Welton Roberto
Por Welton Roberto
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Pernambuco cresce invejosamente à proporção que Alagoas se afunda em um marasmo de falta de estrutura, investimentos, esperança e um aumento estarrecedor da violência. Além lógico de contarmos com histórias engraçadas e promessas de um certo estaleiro e umas velinhas que estão sendo acesas em nome de uma paz de faz-de-conta.  

O mameluco Calabar estava certo.

Nos últimos quatro anos e meio a Agência de Desenvolvimento de Pernambuco atingiu a marca de 397 indústrias captadas para o território pernambucano e entre o período de 2007 e 2010 houve a implantação de 1049 empresas no interior daquele Estado, sem contar com as 150 empresas já instaladas no complexo de Suape que por ora afigura-se como o principal polo de atração de negócios do Nordeste brasileiro.

São quase 150 mil empregos formais (com carteira assinada) trazendo renda e esperança para o povo pernambucano. Um investimento que supera a casa dos 5 bilhões de reais se somarmos todos os investimentos privados, públicos e de financiamento do BNB nos últimos 6 anos.

E em Alagoas? Alagoas em contrapartida trouxe o TELEXFREE E O BBOM... Pirâmides financeiras "fantásticas" que vão revolucionar e enriquecer o povo corajoso e trabalhador que procura ganhar a vida com investimentos sólidos, responsáveis e que traz emprego, renda e esperança ao povo alagoano.

Talvez nossa história seja realmente explicada como estas incríveis e fantásticas pirâmides financeiras. Nosso escorço político desde 16 de setembro de 1817, com a criação da comarca de Alagoas, alcançando independência de Pernambuco ( e aí eu fico pensando se pudéssemos hoje estar partilhando também um pedacinho dos bilhões de reais e milhares de empregos dos irmãos pernambucanos... ah, Calabar, você realmente estava certo) é marcada por lutas políticas, nomeações de irmãos, vide Marechal Deodoro que nomeia ninguém menos do que seu irmão Pedro Paulino da Fonseca como primeiro governador republicano e depois os Maltas que sucediam a governança entre seus próprios familiares.

Alguma semelhança com irmãos sendo nomeados por outros por aqui?  Alguma semelhança com o poder passando de pai para filho, marido mulher etc. etc.Hein? Hein?

Nos idos dos séculos XX e início XXI parece que nada mudou. Continuamos com disputas do poder político, temos políticos em destaque no cenário nacional, mas continuamos economicamente frágeis, sem estrutura, sem bases sólidas de criação de emprego e renda, a não ser lógico, as pirâmides fantásticas TELEXFREE E BBOM que vão nos tirar do atraso de décadas, ou séculos.

E 2014 vem aí, quando mais uma vez teremos a maravilhosa opção em escolher entre Belzebu e Satanás na disputa dos cargos majoritários, pois os clãs familiares fincados há séculos não nos permitem opções saudáveis e revigoradoras. Ou participamos da pirâmide política onde nós, os investidores (eleitores) temos que fazer volume (votos) para eles (os políticos de antanho) continuarem tendo esta vida nada difícil de ganhar sem muito esforço, com auxílios paletó, gogó, moradia, empregada doméstica, turismo, gabinete, transporte e que mais puder suportar a carga tributária arrancada de nossa pirâmide, ou estamos fora do segmento social.

E aí olhamos para os nossos irmãos pernambucanos e com aquela inveja branca nos perguntamos por que para lá e só pujança e para cá só pajelança?

Como dizia o fantástico Chicó da obra do paraibano e radicado em Pernambuco Ariano Suassuna  a resposta seria mais ou menos assim: "Não sei, só sei que foi assim".

Ou ainda para que possamos terminar esta postagem de forma mercadologicamente correta. " Pergunta lá no posto Ipiranga... mas no posto Ipiranga de Pernambuco".

Enquanto isso em Alagoas... Você sabe o que é TELEXFREE OU BBOM... Não????

 

 

 

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