Lixo e resíduos provenientes de pelo menos três hotéis de Maceió foram encontrados num lixão clandestino localizado no povoado de Boca do Rio, no Mirante da Sereia, durante operação conjunta realizada pela Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) e pela Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) realizada na manhã desta segunda-feira (27).

Uma denúncia anônima na última sexta-feira mobilizou os fiscais da Slum, que foram ao local, constataram as irregularidades e programaram a operação que ocorreu hoje.

 

Na área com aproximadamente seis mil metros quadrados e situada a apenas cinco metros de um córrego afluente do Rio Pratagy – próximo a áreas de proteção ambiental – foram identificados diversas irregularidades e crimes ambientais, como amontoados de lixo expostos e a céu aberto.

“Há queimada, supressão de árvores, resíduos perigosos amontoados descobertos sem estar em baías específicas para cada tipo de material”, apontou Julio Dias, fiscal da Sempma. “Isso aqui é descarte impróprio. É preciso ter galpões com paredes e um limite de 30 metros da margem dos afluentes”, explicou.

A suspeita é a de que o proprietário do terreno ofereça o serviço de coleta de lixo a estabelecimentos comerciais, que por sua vez contratam a empresa sem exigir as licenças obrigatórias para este tipo de operação. “A Slum vai identificar quem são os grandes geradores que o contratam para coletar o lixo. Até agora, identificamos materiais proveniente de três hotéis. Um deles já foi notificado”, afirma Carlos Tavares, coordenador de fiscalização da Slum. “Ele precisa nos apresenta a licença do transporte, de quem é o gerador e qual a destinação final do lixo. Para onde vai esse descarte aqui?”, questiona.

O responsável pela área também não apresentou outras licenças exigidas pela Sempma e por isso foi autuado pela secretaria. “Ele será enquadrado em vários artigos e também por comércio de resíduos sem autorização do órgão competente”, assegurou o fiscal da Sempma.

Noutro ponto do terreno, uma pocilga apresentava uma piscina com dejetos animais situada às margens de um riacho. “E esses restos vão para o rio, que por sua vez, deságua no o mar. Além disso, contamina o lençol freático e a floresta nativa de sustentação. Por se tratar de uma área de mananciais deve haver um estudo de impacto ambiental”, avaliou Júlio Dias.

Com a autuação registrada pela secretaria, o proprietário terá agora um prazo para comparecer a Sempma e dar entrada na defesa.