Conciliar uma jornada dupla de trabalho é uma escolha arriscada que pode significar uma linha tênue entre o sucesso e o fracasso profissional. Para Suzana Pires o segredo para atingir o êxito com o que faz é só um: sentir-se desafiada. É dessa forma que a atriz está encarando o convite de Walther Negrão para integrar a equipe de coautores de Flor do Caribe. E Suzana não entra nessa empreitada como uma iniciante: a atriz já escreveu peças de teatro e colaborou com ‘Os Caras de Pau’. Além de autora, a morena também irá engrossar o elenco da novela. A mil com a estreia de Flor do Caribe, não tem dúvidas de que está vivendo a experiência mais rica de sua carreira artística.
Como surgiu o convite para escrever Flor do Caribe ao lado de Walther Negrão?
Durante Araguaia Negrão assistiu a uma peça minha e pediu para ler alguns textos meus. Isso foi muito importante para ele conhecer meu lado autora. Quando ele começou a montar essa equipe ele me convidou. Foi uma emoção muito grande! Ele me deixou bem à vontade para falar ‘não sei’, para entender como funciona uma novela, já que o ritmo é bem diferente de um seriado. Desde aquela época criamos Flor do Caribe. A criação requer erro, requer você não saber e, principalmente, um grande acerto. Eu, Fausto Galvão, Júlio Fischer, Alessandro Marson, Vinicius Vianna nos sentimos muito livres para expor nossas idéias e o Negrão faz o caldeirão final.
Como é o processo de criação? Já tem algum personagem preferido?
Funcionamos juntos, pensamos tudo junto. Não temos divisão. Todos conhecem a novela toda. Nossas reuniões são longas, trabalhosas já que nessa novela todas as histórias se cruzam. O acabamento da trama é muito sofisticado. As pontas não ficam soltas, essa é uma característica do Negrão, que ele tem passado para a gente. Estou apaixonada por todos os personagens! Esse é o bacana de escrever para todos os núcleos.
Ser a única mulher em uma equipe de autores majoritariamente masculina é intimidador?
Eles me mimam muito! Não tem como ficar sem graça com nada! Eles são muito profissionais. Eles não me olham como a mulher do grupo, me olham como uma profissional, uma parceira. Eles me ensinam muito.
Escrever e atuar numa mesma novela é um desafio. Como faz para conciliar as duas coisas?
Se não me sentisse desafiada pediria para sair! Uma pessoa que leva uma vida com pouco tempo livre, no mínimo tem que estar apaixonada, instigada e desafiada pela profissão. Sempre cuidei para que tudo que faço fosse assim. Dessa forma dou sempre o meu melhor. Ainda não estou atuando. Devo entrar mais para frente. Eu já atuo e escreve desde os quinze anos. Minha vida está até mais fácil por eu fazer tudo isso dentro de uma mesma empresa. Estou com saúde e inspiração, o que é o mais importante. Essa está sendo a experiência mais rica da minha vida artística até agora.