Homens e mulheres egípcios tomaram mais uma vez as ruas do Cairo para exigir o fim da violência sexual contra as mulheres no Egito, que se proliferou nos últimos meses.

'A voz da mulher é uma revolução', gritavam os manifestantes, agitando bandeiras com os rostos de ícones femininos.

Esta manifestação é a última de uma série de ações exigindo o fim da cultura de impunidade das agressões sexuais cometidas por grupos de homens na Praça Tahrir e seus arredores.

Estes ataques são 'uma arma no atual conflito político', disse um manifestante, Mayar Abdel Aziz, acusando 'os adversários da liberdade' pelas agressões.

O assédio contra as mulheres nas ruas do Egito é um antigo problema, mas o fenômeno aumentou recentemente. Agressões e estupros são regulares à margem de protestos.

Os manifestantes também criticaram as declarações de membros do Parlamento culpando as mulheres pelos ataques.

'As mulheres, muitas vezes, provocam o estupro, colocando-se numa posição que a torna suscetível de ser estuprada', declarou o senador Adel Afifi, citado pela imprensa local.

Na semana passada, a Anistia Internacional pediu ao presidente Mohamed Mursi 'medidas drásticas' para acabar com a violência sexual contra as mulheres.

Na manifestação desta terça-feira, as mulheres denunciaram os 'sistemáticos' ataques.

'Nós sempre fomos assediadas. O que é novo é que a violência tornou-se uma rotina', lamentou Asmaa Ali, que lidera um grupo contra o fenômeno. 'O assédio é um termo educado. Devemos chamá-lo de agressão sexual. Ele chegou ao nível de estupro na praça Tahrir', acrescentou.