Após a explosão do prédio sede da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), muito se fala sobre as condições das delegacias por todo Estado. No caso da delegacia regional de Matriz do Camaragibe, além das condições precárias, a presença de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) em grande quantidade, num estabelecimento vizinho, assusta agentes da Polícia Civil e moradores que temem por uma repetição do problema ocorrido em dezembro passado em Maceió.
Segundo apurou o CadaMinuto, uma distribuidora de GLP, que fica nos fundos da delegacia regional, acumula aproximadamente 500 botijões, numa quantia que somada, chega a casa dos 700 kg de gás.
Outra informação apurada, é que o estabelecimento chegou a ser proibido de comercializar o gás, por conta da proximidade com residências e com a própria delegacia. Em 2012, o juiz da comarca municipal, Yulli Roter Maia, decretou e interdição parcial do xadrez da delegacia, o que gerou a movimentação do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), que juntamente com o delegado responsável, Jorge Barbosa, em reunião com o juiz, pediu a interdição da delegacia e a remoção dos presos para Maceió.
De acordo com o chefe de operações da delegacia de Matriz do Camaragibe, Delvan Santos, a primeira reunião abriu precedentes para uma fiscalização que será feita na próxima semana, com a presença de autoridades da área da segurança pública.
“O xadrez está parcialmente interditado e estamos esperando alguma decisão posterior. Houve a primeira reunião e na próxima semana, sei que estarão juntos, Sindpol, o juiz da comarca e autoridades da PC e da Defesa Social, vistoriando a delegacia para decidirem o rumo da situação”, disse.
Outros problemas na delegacia
Além do risco iminente de uma explosão, por conta da proximidade com a distribuidora de gás, a delegacia apresenta vários problemas estruturais e o pior, é que a unidade já passou por várias reformas nos últimos anos e continua apresentando problema.

Para o presidente do Sindpol, Josimar Melo, falta vontade política do Governo do Estado para resolver o problema que, ao invés de construir novas delegacias e casas de custódias para presos provisórios, prefere fazer reformas, as quais exigem outra forma de fiscalização do erário. O sindicalista ainda informou, que o sindicato prestou denúncia ao Ministério Público sobre as reformas nas delegacias e chamou a atenção para o valor dessas reformas, a exemplo da delegacia regional de Matriz de Camaragibe, que custou mais de R$ 150 mil e na prática nada de fato foi realizado.
Já o vice-presidente do Sindpol, Edeilto Gomes, entregou ao juiz da Comarca de Matriz de Camaragibe imagens das condições insalubres. O juiz informou que, na próxima terça-feira (29), às 10 horas, haverá uma inspeção judicial na regional para averiguar as condições do local. O magistrado reafirmou sua decisão de não aceitar preso de outros municípios para a regional. Atualmente, a delegacia contem 19 detentos, desses apenas um é da cidade de Matriz.














