Após assembleia realizada na noite desta segunda-feira (07), segue sem nenhuma negociação a greve dos médicos da rede pública do estado de Alagoas. Os médicos decidiram endurecer a paralisação, mas mantendo sempre os 30% que são obrigatórios nas emergências do Hospital Geral do Estado (HGE) e na Maternidade Santa Mônica.
Com quase um mês de luta os médicos ainda seguem sem nenhuma perspectiva de retorno às atividades. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL), Wellington Galvão, agora a situação vai ficar ainda pior. “Se antes já estava ruim, agora nós vamos endurecer mais. Vamos parar o ambulatório do HGE e maternidade Santa Mônica, ficarão apenas os atendimentos de emergência e os atendimentos as gestantes de risco”, disse o presidente.
Ainda de acordo com Wellington Galvão, o Hospital Hélvio Auto (HDT), também sofrerá mudanças. “Teremos uma reunião na próxima quinta-feira e o HDT também ficará atendendo apenas os casos de emergência, dos 139 leitos, estão sendo utilizados apenas 62 e esse número vai diminuir ainda mais. E todos os outros atendimentos serão direcionados aos ambulatórios do município”, contou.
Ainda há esperança de um acordo que seja favorável aos médicos de Alagoas. “Estamos esperando que o governador se manifeste e nós tenhamos um posicionamento, afinal a situação vai piorar”, enfatizou Wellington Galvão, que completou dizendo que também busca uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) e com o Procurador Geral do Estado.
“Não adianta dizer que a greve é ilegal, que pagaremos multa diária, pois estamos lutando por melhorias. Queremos essa nova reunião para que eles também sejam mediadores nessa negociação e vejam que não estamos buscando nada além do necessário para um bom funcionamento da saúde pública do Estado”, indagou.
Em cinco anos o estado perdeu muitos médicos para os estados vizinhos. “Perdemos cerca de 1.200 médicos que acabam indo trabalhar em outros estados e ganham um salário 4 vezes maior que se estivessem em Alagoas”, contou Wellington Galvão.
A greve dos médicos continua desde o dia 11 de dezembro e sem nenhuma expectativa de acordo. “Queremos negociações do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e a garantia de realização de concurso público. O PCCS pode ainda ser parcelado em 2013 e 2014”.