Conhecido por "apagar" um rival fora de uma luta em vídeo que caiu na internet, o paranaense Cristiano Marcello, 34 anos, é um dos principais nomes da história do jiu-jitsu brasileiro. Na década passada, foi professor, graduou e passou a ajudar na preparação de alguns dos maiores nomes do MMA do país, como Wanderlei Silva e Maurício Shogun.
Passou a usar seus conhecimentos mais no corner dos competidores e deixou de lado um pouco a carreira de atleta. Chegou a ficar três anos sem fazer uma luta profissional de MMA.
Mas, este ano, decidiu se dedicar mais ao lado atleta e assinou com o UFC no peso leve. Fez duas lutas: derrota para o americano Sam Sicilia e vitória sobre o sueco Reza Madadi. Marcello chegou a participar nesse ano da versão americana do reality show The Ultimate Fighter, que em 2012 estreou no Brasil com Wanderlei Silva e Vitor Belfort como treinadores. Ele foi treinado pelo norte-americano Urijah Faber.
“Lutei nos melhores eventos do mundo. Priorizei ser técnico e um dos melhores técnicos do mundo de MMA. Fui criticado no meio do jiu-jitsu [por ter ido para o MMA]. Parei de lutar e fiquei dois anos só como técnico. Deixei minha carreira de lado, mas agora tenho tempo. Aos 34 anos estou aí, enfrentando a garotada de igual para igual e saindo na mão”, brincou o lutador. “Mas tenho muito a evoluir, estou amarradão.”
Paralelamente à carreira como lutador, técnico e professor, Cristiano Marcello é sempre associado ao sucesso de um vídeo amador na web em que briga com o ex-lutador americano Charles “Krazy Horse” Bennett.
O americano era desafeto da equipe brasileira Chute Boxe, que tinha Marcello e Wanderlei Silva, entre outros. Nos bastidores de um evento do extinto campeonato Pride, Marcello e Charles se atracaram e, do chão, o brasileiro finalizou o norte-americano com um triângulo após pedidos de Wanderlei para que colocasse o rival “para dormir”.
Mas, hoje, Cristiano Marcello diz que o fato não foi um bom exemplo. Ressalta que a rixa com Horse era grande e que o americano fez muitos xingamentos.
“Aquilo foi uma coisa que, primeiramente, da minha parte, eu tentaria evitar ao máximo, não foi um bom exemplo. Eu me defendi, ele faltou com respeito com meu país, meus companheiros. Ele não é uma boa pessoa para o esporte, vive mais preso do que solto, eu me defendi. Eu o desafiei [para uma luta] e ele não curtiu muito, começou a falar um monte de besteira. É um vídeo de sucesso da internet. Mas, ressalto, é uma coisa que eu tentaria evitar ao máximo, como tentei, mas ele veio pra cima”, falou.
“Ele foi muito desrespeitoso, não posso falar as palavras que ele falou. Nunca mais o encontrei, não guardo mágoa, foi um fato isolado, vida longa a ele, muita saúde”, continuou.
Hoje, o lutador usa o fato como anti-exemplo e procura agora ajuda a apagar a imagem de violência que o MMA ainda carrega para algumas pessoas. Frisa que esse tipo de confusão não é comum e que há muito respeito no mundo das lutas.