O presidente da Petrobrás América Inc. terá de prestar esclarecimentos à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados sobre o acordo extrajudicial firmado com a Astra Oil Trading NV para a compra da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos. Informações dão conta de que outra refinaria com quase o dobro da capacidade daquela teria sido negociada recentemente por US$ 150 milhões, valor muito abaixo dos mais de US$ 1 bilhão pagos pela Petrobrás.

 

O requerimento para oitiva do presidente da estatal é de autoria do Deputado Federal Maurício Quintella (PR/AL) e foi aprovado, por unanimidade, nesta quarta-feira (21/11) pela Comissão. Segundo o parlamentar, por envolver recursos deste porte, em condições tão “nebulosas” é imprescindível esclarecer os fatos.

 

“A suspeição em torno do acordo é latente. O mercado aponta que o valor da refinaria poderia ser de até um décimo do que foi pago. Além disso, houve uma valorização de mais de 2000% em relação ao ativo adquirido pela ex-sócia”, afirmou.

 

“Soube ainda que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União também pediu explicações acerca do negócio. Vou encaminhar ofício ao procurador informando que a Câmara vai ouvir o presidente da Petrobrás América, José Orlando Melo e, com base nisso, podemos nos aprofundar ainda mais na questão”, disse Quintella.

 

“Gostaria de entender porque fez sentido, comercialmente, comprar participação naquela refinaria em 2006 por um custo quase 17 vezes maior do que o gasto no ano anterior pela trading belga, por exemplo”, questionou ainda o parlamentar

 

Entenda o caso – A empresa belga ex-sócia da Petrobrás adquiriu o ativo por US$ 42,5 milhões em novembro de 2005. No ano seguinte, 50% da refinaria foi revendida à Petrobrás por US$ 360 milhões. Em junho deste ano, um acordo extrajudicial firmado pela Petrobrás encerrou o litígio judicial pelo controle da refinaria, que durava mais de quatro anos. Com o negócio, a Petrobrás passou a ser a única controladora.

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