Os servidores da Educação do Estado de Alagoas voltam a cruzar os braços. A decisão pela greve foi anunciada durante assembleia da categoria no último dia 13, por unanimidade, após inúmeras reuniões ocorridas junto ao Secretário da pasta, Adriano Soares, para reivindicar a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).

A expectativa da categoria é para que a adesão seja de 100% o que acarretará com a paralisação de mais de 10 mil servidores, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal). Com a greve, várias escolas ficarão paradas, provocando mais atrasos no ano letivo e prejuízos aos milhares de estudantes matriculados nas unidades de ensino da rede pública estadual.

Na manhã de ontem, um grupo de estudantes de várias escolas estaduais realizaram um protesto em frente ao Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepa). Ao mesmo tempo que apoiavam a greve dos docentes, os alunos reivindicavam melhorias no ensino público e cobraram um posicionamento quanto ao pleito dos servidores, para evitar novos danos na educação.

Os professores paralisam as atividades, que acontece por tempo indeterminado, mas os rumos da greve podem mudar caso representantes do governo apresentem alguma proposta, o que será levado para aprovação da categoria. 

O sindicato pede ainda a garantia de pagamento do retroativo a maio de 2012 para o pessoal de apoio e administrativo; vigência financeira do PCCS para o magistério (ativas/os e aposentadas/os) e secretário escolar, definida para janeiro de 2013; e pagamento das sobras do Fundeb sob forma de rateio para o magistério (ativo), conforme a Lei do Fundeb (Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007).

A implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores administrativos e o rateio dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para os professores que estão em atividade foram anunciados por Adriano Soares na semana passada. Já as negociações para implantação do PCCS do magistério, que inclui os servidores inativos e aposentados, continuam, já que estes não podem beneficiados com o rateio dos recursos do Fundeb por força de lei.

Ainda de acordo com Adriano Soares, a implantação do PCCS dos professores da ativa poderia ser feita neste momento, no entanto, o entrave fica por conta da vinculação com os servidores do magistério inativos, aposentados e pensionistas, que são pagos pela folha do tesouro estadual.

O secretário Adriano Soares afirmou que essa proposta foi lançada ao Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal), mas como não foi possível até o momento um acordo para a implantação do PCCS unificado, foi necessário adotar a desvinculação entre as duas categorias – os professores e os servidores administrativos.

Em entrevista ao programa Brasília em Destaque, o secretário classificou a greve dos professores como “inoportuna e equivocada”. Soares afirmou que a paralisação não deveria ocorrer, uma vez que o canal de negociação com o governo está aberto.“Só tem greve quando não tem diálogo, e diálogo está havendo”, disse Soares.

Sobre a reivindicação dos professores, que é a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), o secretário afirmou que a solicitação não poderá ser atendida de imediato. “Está claro que não existem recursos para o PCCS do Magistério”, colocou.