O Ministério da Saúde (MS) realizou, na quarta-feira (7), uma videoconferência com todos os estados brasileiros com a finalidade de discutir a mortalidade materna no País. Durante a conferência, assistida na sede do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs), Alagoas detalhou as ações promovidas na área.
A reunião teve como pautas o balanço dos encerramentos de óbitos em 2011 e a análise dos estabelecimentos que concentram 40% dos óbitos maternos e as estratégias para o enfrentamento da situação. Na ocasião, a coordenadora do Grupo Condutor da Rede Cegonha no Estado, Syrlene Patriota, ressaltou os avanços na atenção às gestantes alagoanas.
“Sabemos que duas unidades concentram a maior parte dos óbitos por ser referência na assistência de alto risco, mas já contemplamos no plano de ação a descentralização e estamos trabalhando com outros dois serviços para melhorar o acesso. Dessas quatro, três já estão recebendo financiamento da Rede Cegonha e a outra está fazendo seu plano de ações”, disse.
Ela destacou o trabalho conjunto com o Núcleo de Vigilância do Óbito da Secretaria de Saúde (Sesau) para investigação das principais causas de mortalidade e a redução dos índices. “Também realizamos oficinas com a 1ª e a 7ª regiões, que estão em contratualização dos leitos obstétricos e neonatais, para discutir os indicadores que avaliarão a qualidade da assistência. As demais estão trabalhando planos de ação para receber o incentivo”.
Segundo Syrlene, o Grupo Condutor deve se reunir, em janeiro, com os prefeitos eleitos nos municípios alagoanos tendo em vista informá-los das atividades e sensibilizá-los quanto à Rede Cegonha. Além disso, a secretaria tem trabalhado ainda com as outras redes de atenção, como as de Urgência e Emergência, para integrar ações e melhorar a atenção às gestantes.
Detectores fetais - Durante a conferência, o Grupo Condutor tratou também da entrega dos detectores de batimentos cardíacos fetais para as cidades alagoanas. A ação pretende qualificar o cuidado de baixo risco prestado pela Atenção Básica e contribuir na luta contra a mortalidade materno-infantil. Ao todo, o Estado terá à disposição 904 aparelhos do tipo.
“O prédio da Divisão de Contratos e Convênios do Ministério da Saúde em Alagoas está em reforma e não pode receber os detectores que serão direcionados aos municípios. Por isso, a secretaria ofereceu seu almoxarifado para recebê-los, mas até agora não tivemos resposta quanto a isso”, ressaltou a coordenadora do Grupo Condutor.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu examinar a situação para que ela possa ser resolvida o mais rápido possível. “Vamos ver com a Divisão de Contratos e Convênios como podemos fazer isso e elaborar um termo para que a secretaria estadual possa ficar responsável pela distribuição”, disse.
Dados- Em 2011, Alagoas registrou 28 mortes maternas, com 71,57% dos casos investigados – destes, 53,14% dentro do prazo preconizado pelo MS, que é de 120 dias. Os percentuais são melhores que os apresentados tanto pela região Nordeste quanto pelo resto do País. Desses óbitos, seis aconteceram em Maceió, três em Arapiraca e dois em Delmiro Gouveia.
Já na mortalidade de mulheres em idade fértil, de 14 a 49 anos, foram notificados 1.219 casos ao longo do último ano, sendo investigados 63,65% a –no Nordeste, foram 17.613 mortes no mesmo período. Já entre os meses de janeiro e setembro deste ano, foram registrados 755 óbitos do tipo e 19 maternos.