E por falar em saudade...

21/10/2012 11:59 - Welton Roberto
Por Redação
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Começa o domingo. Dia em que consigo me dedicar inteiramente aos meus filhos. Lucas, Bia, Tyla e a Catatau (Liz). Dia que os sorrisos e as emoções afloram com mais intensidade ao vê-los todos juntos e eu lá no meio da algazarra infantil a rolar e embolar em cambalhotas, abraços trocados, brincadeiras e alegria ingênua de um pai que sofre de saudade a semana inteira. Digo isso porque saio de casa muito cedo, quando todos ainda dormem, e ao voltar os vejo também já adormecidos.

O contato na semana passa a ser um beijo no rosto que só eu sei que estou dando, mas nunca sei se eles sabem que estão recebendo. 

Por muitas vezes me recrimino e me vejo mudando de vida radicalmente para tentar ficar mais próximo deles. Mas a profissão escolhida por mim muito antes deles virem ao mundo e hoje exercida com tanta paixão não me permite. Sofro sequestros diários orquestrados pelo trabalho incessante e acabo me convencendo que tudo se dá em razão deles (acredito que já  escrevi isso aqui em outra oportunidade) e por causa de todos eles.

A advocacia criminal, os trabalhos pela OAB no Conselho Federal e na comissão nacional de prerrogativas,  o magistério, os estudos constantes no pós-doutorado na Itália, os projetos de escrever livros, produzir artigos, a minha amante corrida de rua e tantas outras coisas...A semana é cheia até demais para um hiperativo que é alucinado por ações. SEmpre quando posso fujo de tudo para levar um ou outro à escola, no inglês, no esporte.

Não perco nenhuma atividade escolar deles e tento me fazer presente em tudo que os envolve, mesmo com toda a falta de horas em um dia que deveria ter 48 ao invés das mirradinhas 24 horas.O domingo, então parece ter 2 horas apenas, pois quando dou por mim já acabou. Acho que até os sufoco de tantos abraços e beijos constantes.

Agora mesmo, eles estão aprontando alguma para mim pois pediram que eu me "escondesse" em meu gabinete (aproveitei e vim aqui delatar estes quatro fanafarrões) em mais uma brincadeira que deve ter o "pai" como a grande vítima e o motivo da chacota alegre de todos eles.  

O pensamento é sempre nestas quatro figuraças que me embaraçam com um simples olhar, com o pedido carinhoso de qualquer coisa em nossos passeios dominicais sempre constantes ou com a simples frase: "te amo, painho".

 Por isso, ao sempre escutar a palavra saudade, reporto-me aos meus filhos, pois sofro dela em razão da nossa distância física, embora emcionalmente eu seja parte de cada um deles.

E aos domingos em nossos olhares sinceros, no confessionário do amor e da presença sempre carinhosa peço silenciosamente o perdão pela ausente semana, esperando realmente que eles possam compreender a razão de tudo e o motivo que me leva a peregrinar pela vida levando-os na memória, no coração e no amor de pai que vive de saudade e do desejo que os domingos se repitam sempre mais vezes na semana.

Eita, preciso terminar aqui mesmo, pois os quatro danadinhos já terminaram sua armadilha e me chamam para ser o "alvo" dela. Aqui vou eu... espero que não seja nada letal! (hehehe)

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