Alagoano de Palmeira dos Índios, o cantor e compositor Jacinto Silva faria 79 anos na próxima terça-feira (23) caso estivesse vivo. Para lembrar a data, o Balançando o Ganzá preparou para este sábado (20) uma homenagem especial com direito a breve histórico do artista e passeio musical com grandes sucessos do “mestre de coco de roda”. O programa vai ao ar das 14h às 15h, pela Rádio Educativa FM (107,7 MHz).
Jacinto Silva deu os primeiros passos na carreira em 1942, cantando no programa da radialista Odete Pacheco, na Rádio Difusora de Alagoas. No entanto, foi na cidade pernambucana de Caruaru que conquistou plateias e alcançou reconhecimento. Descoberto pela gravadora Rozenblit cantando nas rádios caruaruenses, em 1962 gravou seu primeiro disco, trazendo sucessos como o baião "Justiça divina", de Onildo Almeida, e a moda de roda "Bambuê bambuá", de Joaquim Augusto e Luiz Plácido.
O alagoano tinha aptidão nata para a música. Além de excelente cantor era também compositor e exímio intérprete. Jacinto transitava por vários gêneros, mas foram seus malabarismos rítmicos e estilo próprio de cantar rápido – sem, entretanto, perder o pulso da música – que o notabilizaram como um dos ícones da música nordestina, tão expressivo quanto Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga.
O auge de sua carreira aconteceu nos anos de 1963 a 1973, quando gravou pela CBS (atual Sony Music), que à época contava com os maiores nomes do forró, a exemplo de Messias Holanda, Marinêz e sua Gente, Abdias, Elino Julião, Coroné Ludugero e Trio Nordestino, que, além de gravarem individualmente, gravavam juntos um disco dedicado aos festejos juninos, chamado Pau de Sebo.
Em toda a carreira, foram 24 LPs, dois CDs e cerca de 200 composições. Vários artistas gravaram músicas de Jacinto Silva, entre eles Jackson do Pandeiro, Elino Julião, Kristal, Marinêz, Xangai e Quinteto Violado. O alagoano é também inspiração para artistas contemporâneos, como o grupo Cascabulho e Silvério Pessoa, que gravou em 2001 o CD “Bate o Mancá”, com 14 músicas do artista.
Jacinto Silva morreu aos 68 anos, em 2 de março de 2001, em Caruaru, em decorrência de câncer no fígado. Seu último trabalho foi o disco solo Só Não Dança Quem Não Quer. Gravado para a Paradoxx, o CD ficou engavetado até que o produtor Zé da Flauta, do selo Mangroove, o lançou com uma tiragem de mil cópias.