O morcego capturado vivo dentro de uma piscina de bolinhas de um bufê infantil em Campinas (SP) apresentou sintomas que podem indicar que esteja contaminado com o vírus da raiva, segundo a médica veterinária do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben, que acompanha o caso. Um menino de 9 anos foi mordido enquanto brincava na piscina de bolinhas. Outras 13 crianças e 3 monitores, que podem ter tido contato com o animal na tarde de sexta-feira (12) em uma festa no bufê Estação Cambuí, iniciaram tratamento preventivo na segunda-feira (15) no Hospital Mário Gatti.
O médico coordenador do Centro de Zoonoses de Campinas, Douglas Presotto, garante que, com as doses de vacina e soro aplicadas corretamente, não há risco de desenvolvimento da doença, caso o morcego esteja infectado com o vírus. "Com o soro e as vacinas, com certeza elas estarão protegidas. O tratamento permite que as crianças criem defesa para o vírus", explica Presotto. "O tratamento é a garantia que impede o vírus de chegar no cérebro", completa a veterinária do Devisa.
Segundo Andrea Von Zuben, é possível que o morcego esteja doente. "Ele estava com um comportamento estranho, porque entrou em um estabelecimento, se escondeu... O morcego que tem raiva tem dificuldade de voo, dificuldade de se orientar. Ele cai, se esconde, fica com aversão à luz", afirma a veterinária. O morcego foi capturado, colocado em um recipiente de vidro e levado para o Instituto Pasteur, em São Paulo (SP), onde passará por análise. O resultado do exame para apontar se o animal está com raiva sairá em 45 dias.

As famílias das 14 crianças que tiveram contato com o animal no bufê infantil passarão por tratamento com soro e com vacinas durante 28 dias. O garoto mordido foi levado para Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) no dia do ocorrido. Ele foi medicado e liberado em seguida. Todas as crianças passam bem e não vão precisar ser internadas.
A gerente do bufê, Conceição Vitielli, explica que assim que os monitores perceberam que poderia haver um animal no brinquedo, eles retiraram as crianças, recolheram e limparam todas as bolinhas. O Departamento de Vigilância em Saúde informou que há dois meses um animal com raiva foi capturado no mesmo bairro, o que abre possibilidade para que outros casos possam confirmados na região. O brinquedo foi esterilizado seguindo as orientações do Corpo de Bombeiros e do Devisa, e o bufê liberado para uso e realização de outras festas no espaço.
Tratamento
A médica veterinária do Departamento de Vigilância em Saúde, Andrea Von Zuben, explica que a pessoa só desenvolve a doença se o vírus da raiva chegar ao cérebro. Por isso, o tratamento com soro e vacinas antirrábicas são imprescindíveis para impedir a migração. Qualquer pessoa que tiver contato com um morcego, vivo ou morto, deve procurar uma unidade de saúde para iniciar o tratamento o mais rápido possível.