A presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (Cedim), Eulina Neta, defendeu nesta quarta-feira (17) a iniciativa do Procon-AL – vinculado à Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos –, e do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) de suspenderem a propaganda feita pela agência alagoana Consuma para a linha de motocicletas Dafra.
O Procon recebeu a representação do Cedim e da Superintendência de Promoção e de Políticas da Mulher, que consideraram a peça publicitária da imagem da mulher utilizada de forma depreciativa para vender o produto. “Assim que tomamos conhecimento do fato adotamos as medidas legais para inviabilizar essa propaganda que fere a mulher, tratando-a como mercadoria”, declara.
Ao comentar o fato, Eulina disse agressões à mulher não se restringem somente à propaganda visão, mas letras pejorativas de músicas veiculadas em emissoras de rádio, que colocam a mulher como mero objeto para vender cerveja, carro etc. “Elas (letras das músicas) colocam a mulher sempre como objeto adicionado ao valor do que vai ser vendido, isso de uma forma puramente pejorativa. As bandas de forro depreciam demais a mulher”, desabafa.
Ela lembrou que nesse sentido o Cedim está realizando ações na Câmara de Vereadores de Maceió no sentido de que nenhum órgão público contrate e vincule propaganda com empresas ou pessoas que no seu histórico tenham produzido algum conteúdo pejorativo (músicas) em relação à mulher. “Precisamos fortalecer esse movimento”, frisa.
Entre as atividades do Cedim, Eulina disse que o Conselho tem realizado ações nas comunidades com foco no enfrentamento à violência contra a mulher divulgando a Lei Maria da Penha. Ela informou ainda que o Cedim vai realizar no dia 6 de novembro a campanha do laço branco e iniciará no dia 20 do mesmo mês (dia da consciência negra) a campanha dos 16 dias de ativismo quando será intensificado o trabalho de defesa dos direitos da mulher, dando enforque ao combate a violência doméstica contra mulher. “A lei Maria da Penha é muito importante mas precisamos trabalhar a causa da violência”, assinala.