Vai ser vapt-vupt. Carlos Alberto Riccelli participa apenas da estreia de "Guerra dos Sexos", nesta segunda-feira, 1º. Seu personagem, Vitório, morre no primeiro capítulo da novela, na qual revive a parceria com Glória Pires, 24 anos após "Vale Tudo".
"É uma delícia. Quando você tem intimidade com o seu colega, tudo flui maravilhosamente. E a Gloria é uma atriz que está na cena, olhando no olho, ouvindo você, realmente contracenando com você. Não liga o piloto automático", elogia Riccelli. "Pena que seja tão curta a minha participação. Quando a novela se desenrola é que fica cada vez mais gostoso representar. Quando você já ficou dono do personagem. Daí você deita e rola".
A última atuação de Riccelli na TV foi na minissérie "Trago Comigo", da TV Cultura. Em novembro, vai ao ar no canal a cabo HBO "Mandrake", filme em duas partes dirigido por Zé Henrique Fonseca. "Foi um reencontro muito legal. Me lembrei das muitas novelas que fiz, do prazer que é trabalhar num texto bom e num ambiente de amigos", conta.

Dono de uma produtora, o ator, que se divide entre São Paulo e Los Angeles, diz que não vem mais ao Brasil fazer novelas por falta de tempo. "Sou produtor e diretor dos projetos que fazemos. Isso, como você pode imaginar, toma todo o meu tempo. Estou em plena produção do nosso próximo filme, ainda sem nome definitivo. E já também preparando uma série para a televisão. Além de dirigir, participarei como ator em ambos", adianta.
"Falo para os meus amigos autores e diretores na Globo não perderem a esperança de me ter em algum trabalho onde me queiram. Peço para eles sempre tentarem me chamar, me ligar. De repente, dentro da minha correria, arrumo um jeito de fazer. E foi o que aconteceu. O Silvio de Abreu e o Jorge Fernando, meus queridos amigos, me ligaram pra saber se daria pra eu fazer essa participação. Eu estava em Los Angeles, mas adoro o trabalho dos dois e fiz tudo para a coisa acontecer. Além disso, sabia que os meus queridos amigos Tony, Glorinha, Irene e Celulari estavam na novela".

Riccelli toca boa parte dos projetos com Bruna Lombardi, com quem é casado há mais de 30 anos - eles garantem que não fazem as contas. A parceria, diz ele, só melhora com o tempo. "É cada vez melhor. Acredito nisso e digo sempre: uma coisa só é boa quando é cada vez melhor", declara.
Aos 66 anos, o ator jura que não pensa na velhice. "Vivo o momento. Cada dia. Não penso em idade. Às vezes, esqueço quantos anos tenho. Preciso fazer conta pra lembrar", desconversa ele, que não gasta muito tempo com vaidade. "Gosto de estar bem, me sentir ágil, com energia. Não me imponho limites, nem penso na minha idade. Quero é estar feliz e motivado sempre".