O chapão chega à última semana na disputa eleitoral em Maceió em situação difícil. O candidato Ronaldo Lessa (PDT) continua sem registro na Justiça Eleitoral e os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTB) não participam mais da campanha.
E mais: o prefeito Cícero Almeida (PSD) não participou dos atos de campanha deste final de semana, especialmente de uma ação na orla de Ponta Verde e de uma carreata no Benedito Bentes no domingo.
Os advogados do chapão esperam que até quinta-feira o TSE deva julgar o caso de Ronaldo Lessa, que está sem registro de candidatura porque não pagou em prazo hábil uma multa eleitoral. Sem registro, na prática, não há candidatura. E se continuar sem registro os votos de Ronaldo Lessa podem ser considerados nulos. O candidato já foi derrotado no TRE de Alagoas e parecer do Ministério Público Eleitoral é pelo indeferimento do registro de Lessa em Brasília.
O caso está no TSE sob a relatoria da ministra Laurita Vaz, que tem dois caminhos a seguir. O primeiro é submeter a questão ao pleno do TSE, o que na expectativa do chapão pode acontecer na sessão desta terça-feira ou na de quinta-feira, a última antes das eleições.
O segundo é decidir monocraticamente, selando ela mesma o destino de Lessa. Neste caso, a tendência é que a ministra negue o registro a Ronaldo, seguindo o parecer do MPE e a jurisprudência do Tribunal, desfavorável ao ex-governador. Se isso ocorrer, cabe agravo da coligação, solicitando que o pleno do TSE julgue a matéria.
Lessa insatisfeito
Publicamente, o discurso de Lessa é de que conseguirá reverter a situação desfavorável. Na semana passada, os ataques do candidato ao tucano Rui Palmeira se intensificaram, inclusive com a exibição no guia eleitoral de um vídeo antigo com denúncia contra o vice de Rui, Marcelo Palmeira, com suposta ação de compra de testemunha.
Entretanto, informações de bastidores dão conta da grande insatisfação de Lessa, inclusive com os senadores Renan e Collor, pela falta de apoio e participação na campanha.
Lessa também se queixaria da participação do prefeito Cícero Almeida. De acordo com lessistas ouvidos pelo Cada Minuto, Ronaldo Lessa reclama que Almeida não viabilizou apoio financeiro à campanha. Ronaldo também estaria insatisfeito com a participação de Cícero no Guia Eleitoral de Rádio e TV, alvo de contestação na justiça que resultou na retirada do prefeito do ar e em concessão de direitos de resposta ao governador Téo Vilela (PSDB), ao senador Benedito de Lira (PP) e ao secretário de Infraestrutura Marco Firemam (PSDB).
Ainda na reta final da campanha, outro revés: Ronaldo Lessa foi condenado pelos juízes da força tarefa do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) pela prática de atos de improbidade administrativa na gestão de R$ 50 milhões do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Focoep).
Lessa foi condenado à perda de função pública, suspensão dos direitos políticos por três anos, a proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios, além de multa civil no valor de duas o valor da remuneração do governador do estado.









