Menina morre depois de cirurgia e pais acusam hospital de negligência

28/09/2012 16:19 - Brasil/Mundo
Por Redação

A polícia investiga a morte de uma adolescente de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, depois de uma cirurgia para a retirada de um cisto. Os pais dizem que o hospital foi negligente no atendimento.
“Eu não sei o que levou o óbito da minha filha. Minha filha morreu e eu não sei a resposta ainda”, lamenta o pai da menina.
Mais de uma semana depois de perderem a filha de 14 anos, os pais de Anna Carolina continuam sem acreditar no que aconteceu. “Ana ficou cinco anos sem ir para o médico. Quando eu levei a gente descobriu esse cistozinho”, diz a mãe da menina.
Era para ser uma cirurgia simples, para a remoção de um cisto no ovário, mas o pesadelo começou poucas horas depois do procedimento. “Eu saí do quarto, fui na enfermaria e falei: ‘olha, ela tá assim’, e aí imitei a Ana, dormindo como se estivesse sufocada”, conta patrícia, mãe da menina.
A enfermeira disse que aquilo era normal. “Duas vezes eu chamei a atenção dela, 23h e 02h30. Depois 05h30 elas chamaram os médico. A médica plantonista falou: ‘isso não é normal, por que não me chamaram antes?’”, explicou patrícia.
Em nota, o hospital informou que a cirurgia ocorreu normalmente, e 12 horas depois do procedimento, Anna Carolina teve alterações no quadro de saúde. Ela teria sido imediatamente assistida pela equipe médica, mas sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu.
“Se corresse tudo bem, minha filha estaria aqui do meu lado hoje. Só que minha filha não está mais aqui”, lamentou Antônio Carlos Martins, pai da menina.
“Não correu tudo bem, né?, porque ela morreu sem ter nada”, fala a mãe.
Para um médico, o risco de haver problemas neste tipo de cirurgia pode estar relacionado a outros fatores. “Reação a medicamentos, ou alguma questão alérgica que você pode ter. A gente ouve inclusive, por exemplo: edema de glote e edema de órgão de reação alérgica, são várias questões”, avalia Marco Aurélio Pinho, cirurgião ginecologista da UERJ.
O prontuário de Ana Carolina com todas as informações sobre o atendimento que ela recebeu no hospital foi entregue ontem à polícia. A causa da morte da adolescente só deve ser esclarecida no laudo do IML, que vai ficar pronto em no máximo um mês.
“Na verdade você tem o que, um grande quebra-cabeça, quanto mais informações você tiver, aquele laudo vai ter maiores subsídios e poder dar um resultado mais preciso”, afirma Sérgio da Costa Henriques.
Nos próximos dias, o delegado responsável vai ouvir toda a equipe do hospital que cuidou de Anna Carolina. “Com certeza todas elas serão ouvidas. Tanto os médicos que participaram da operação, enfermeiras que estavam no dia do atendimento da paciente, anestesistas. Todo mundo, para gente ver em que momento e qual personagem desses pode ter falhado, e ocasionou a morte da menina”, diz Alexandre Leite.
“Se houve erro na cirurgia, eu não estava lá pra ver, mas que houve negligência pura de atendimento houve. Porque eu pedi ajuda quando eu percebi que Ana estava com algum problema, com falta de ar e ninguém socorreu”, fala patrícia.
“Não tem mais a quem recorrer. Se eu pudesse pegar tudo que eu tenho e falar: ‘toma, só me dá essa resposta’, era o que eu queria. Mas não tem, eu posso dar tudo e ficar sem nada, mas ninguém vai me dar isso”, fala indignado pai da garota.
O Hospital Icaraí fica em Niterói e a família na cidade vizinha São Gonçalo. O Conselho Regional de Medicina do Rio e o Conselho de Enfermagem investigam esse acaso.
 

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