O candidato à prefeitura de Maceió, Alexandre Fleming (PSOL), que também ocupa a presidência do Diretório Municipal do partido, tomou hoje uma corajosa atitude que – se levada adiante por todos os demais candidatos e líderes partidários – pode começar a mudar o panorama das eleições e destruir um mal que todos veem e poucos se pronunciam: o cadastro de eleitores e a compra de votos.

A veiculação acerca do cadastramento de eleitores que ocorre por toda a cidade já se encontra além do boca a boca: diversos veículos de comunicação noticiaram tal esquema com certa ênfase, embora que sem provas concretas e sem citar nomes de envolvidos.

Nas redes sociais, onde a inserção da campanha de Fleming tem mais força e compete em igualdade com candidaturas de maior aporte financeiro, o assunto tem sido frequentemente debatido pelos internautas e foi diante desse inconformismo que Fleming decidiu agir.

Diferenciando-se dos demais candidatos, que apenas dizem ser contrários à compra de votos quando perguntados sobre o assunto, o psolista Fleming, candidato mais novo entre os postulantes ao cargo de Prefeito de Maceió, foi mais adiante que apenas usar de palavras e enviou ao Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Eleitoral (MPE) uma lista com todos os dados dos candidatos do PSOL deferidos pela Justiça Eleitoral, pedindo aos órgãos citados que estes fiscalizem os candidatos e punam com rigor quaisquer irregularidades que encontrarem.

 Em reta final de eleição, ao invés de jogar a sujeira para debaixo do tapete e fingir que as denúncias sobre compra de votos não eram contra o partido dele, Fleming tomou uma decisão que todos deveriam copiar, mas que – sabe-se lá porque – tem ficado cada vez mais rara de se ver: abrir os dados de seus apoiadores e pedir investigação sobre cada um deles.

O PSOL, com tão poucos anos de existência e ainda sem nenhuma Prefeitura sob sua gestão, dá uma lição de fair play aos demais partidos com essa atitude, provando que foi verdadeiramente forjado para uma nova forma de fazer política. “Não acredito que ninguém do PSOL esteja comprando votos, pois nosso partido, um dos maiores defensores da Lei da Ficha Limpa, sempre criminalizou tal prática. Estamos pedindo investigações sérias e profundas dos órgãos competentes em nossa sociedade e, encontrando-se qualquer irregularidade, doa a quem doer, tomaremos e cobraremos as penas mais severas”, disse Fleming.

Agora é aguardar a posição das instituições sobre essa ação do PSOL e torcer para que, pelo bem de nossa política, os demais partidos tomem a mesma atitude, fazendo com que os praticantes deste crime sejam, definitivamente, expulsos da vida política.