Depois da ameaça de greve dos ônibus, a paralisação dos bancários, foi a vez de mais um serviço parar as suas atividades por tempo indeterminado. Funcionários dos Correios, que reivindicam um reajuste de 43,7%, além de melhorias nos benefícios, como assistência médica, entraram em greve nesta quarta-feira e afirmam que só voltarão ao trabalho quando as reivindicações foram atendidas.
Segundo o presidente interino do Sindicato dos Trabalhadores da ECT em Alagoas (Sintect-AL), Sérgio Rubião, o reajuste de 43,%, sendo 33,7% para perdas salariais e 10% para ganhos, estaria sendo negociada desde julho, mas não houve acordo.
“Desde julho estamos tentando negociar, porque na verdade não há entendimento. Nós pedimos os 43,7%, enquanto eles ofereceram apenas 3% para os próximos três anos, 1% anual. Depois, quando já estávamos próximos de deflagrar a greve, eles ofereceram 5,2%, que corresponde à correção da inflação”, disse.
Atualmente, o piso salarial de um servidor dos Correios é de R$ 942, por isso, a categoria pede que sejam revistas as diretrizes da classe. Além do reajuste salarial, perdas e ganhos, os servidores pedem a revisão dos benefícios, como a assistência médica, que seria alterada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT).
A paralisação estava prevista para o dia 25 deste mês. No entanto, dez sindicatos espalhados pelo Brasil adiantaram a greve, a EBCT agilizou o processo de dissídio coletivo, o que colocou em rota de colisão a categoria, que praticamente generalizou a greve de forma antecipada, com 22 dos 35 sindicatos, através dos seus membros, deflagrando a greve.
Constitucionalmente, toda categoria que paralisa suas atividades, deve colocar 30% dos seus serviços ao público. Mas, de acordo com o sindicato, na escala de serviços não contempla qualquer serviço. Mesmo assim, os serviços de postagens “devem” seguir normalmente, segundo palavras do próprio sindicato, por funcionários do administrativo, que serão relocados para os serviços paralisados.
Ainda hoje, na sede to Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, haverá a primeira audiência do dissídio coletivo. No entanto, o sindicato em Alagoas, vê como remota a possibilidade de retorno imediato às atividades, uma vez que a EBCT estaria irredutível e não aceitaria negociação nos valores atuais.