O Brasil há tempos amarga as piores críticas feitas pelos próprios brasileiros.

Já vivi alguns bons anos e não raras foram as vezes em que pedras foram jogadas em políticos, em músicos, em artistas diversos e em toda sorte de profissionais das mais variadas áreas.

Uma geração se especializa em criticar a anterior e a posteior e assim por diante. Seja o tropicalismo contra a Bossa Nova e o "iê iê iê" da Jovem Guarda, todas se unem contra o funk carioca e este nem se importa com a MPB de Maria Rita. Enfim, uma verdadeira salada onde ninguém apoia ninguém, críticas são dirigidas a todos os alvos e a nenhum em especial, mas todos, inegavelmente, são influenciados uns pelos outros.

Este traço brasileiro se repete em outras searas. São professores fazendo piadas com advogados, estes que não se entendem com magistrados, os quais, por sua vez, reclamam dos médicos, e no final todos vivem a criticar e maldar outras profissões num generalismo de deixar Pondé de cabelos (os que ele não tem) em pé.

E obviamente que este cenário se repete em nossa política. Aqueles que se revezam no governo federal, ou até mesmo os que estão sempre dando as cartas nos bastidores, optam por atribuir a responsabilidade pelas mazelas atuais aos gestores anteriores. Discurso, inclusive, que vemos com muita nitidez nas disputas estaduais e municipais, as vezes sepultando “carreiras políticas”.

Esta Pensata já trouxe ponderação parecida em outros momentos, quando entendemos que não é possível gerir um estado apoiando-se em erros do passado para justificar sua incapacidade de resolver os problemas do presente.

O que mais vemos atualmente - e desde sempre - são candidatos apontando para os problemas do presente e, aparentemente, estão se dispondo a resolvê-los. Será que amanhã, quando eleito, consagrado por suas propostas, poderá justificar sua incapacidade de solução desses mesmos problemas pelos erros do (oponente) passado?! Não parece muito honesto.

Ninguém se candidata enganado e nem é eleito por acaso, ninguém cai de paraquedas numa Administração Pública.

Se hoje apontam para os erros do presente, amanhã, no futuro, reconheçam sua incompetência (nada moderada) em cumprir com as promessas feitas. Ninguém é bobo em achar que estados e cidades, por menores que sejam, não têm problemas, se estão se candidatando, apresentando soluções mirabolantes, arquem com a cobrança depois, porque seguramente elas virão.

Aos amigos leitores (eleitores) fica o apelo. Não votem por interesses pessoas, analisem propostas, analisem passado e presente, projetem o futuro e escolham pensando em seus filhos, para que amanhã o emprego de ocasião e a casa própria às expensas de "caixa 2" não sejam privilégio de pouco, mas regularmente uma conquista de todos os alagoanos, todos os brasileiros.