Doença evitável por meio de vacina disponibilizada em todos os postos espalhados nos 102 municípios alagoanos, o tétano tem preocupado as autoridades de vigilância epidemiológica do Estado. Em 2010, foram registrados sete casos e no ano passado foram notificados 12 casos em Alagoas, representando um aumento de 80% da doença.

Por esta razão, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) orienta a população a se imunizar contra a bactéria que transmite o tétano e que é conhecida como clostridium. Isso porque a prevenção deve ser um cuidado permanente de cada cidadão, já que, segundo a coordenadora do Núcleo Estadual de Doenças Imunopreveníveis, Claudeane Nascimento, cabe ao governo disponibilizar a vacina e, à população, a iniciativa de se imunizar.

“Como sabemos, a bactéria que causa o tétano é encontrada na terra, em materiais enferrujados, fezes, galhos, arbustos, águas putrefatas, poeira das ruas. Por isso, a contaminação pode ocorrer a qualquer momento e em qualquer lugar. Daí porque é necessário estar prevenido, e só a vacina evita a doença”, alerta a coordenadora do Núcleo Estadual de Doenças Imunopreveníveis, ao informar que, “todos devem tomar o reforço da vacina a cada dez anos e, quanto às gestantes, o reforço deve ocorrer a cada cinco anos”.

Claudeane Santos chama a atenção para o fato de o tétano levar à morte e revela que três alagoanos morreram em consequência da doença em 2010. Já no ano passado o número de óbitos passou para quatro e, em cinco anos, foram 19 mortes registradas no Estado, ainda segundo os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Capacitação

Por esta razão, a Sesau promove, nos dias 25 e 26 deste mês, no Maceió Mar Hotel, em Maceió, um curso destinado aos médicos e enfermeiros das unidades de saúde localizadas na capital alagoana. O objetivo, ainda de acordo com Claudeane Santos, é capacitá-los para que estejam aptos a realizar com precisão o diagnóstico do tétano, que não é feito por meio de exames laboratoriais, mas através de exames clínicos e da história de lesões de pele.

Ainda de acordo com Claudeane Santos, o diagnóstico ágil e preciso faz toda a diferença para o paciente. Isso porque o tempo de incubação varia de 3 a 21 dias, e quanto menor for o tempo de incubação, maior a gravidade e pior o prognóstico. “Por isso, depois de um corte ou acidente, é recomendado procurar uma unidade de saúde, principalmente se vier a sentir sintomas como espasmos musculares, além de rigidez nos músculos respiratórios”, informou.