Marisa Monte não gosta do rótulo de cantora cult que lhe foi creditado desde o início da carreira. Em entrevista à revista Bravco, ela deixa isso bem claro.

"Logo que apareci, ganhei a pecha de cult. E o rótulo, curiosamente, perdura até hoje. Eu, cult? De forma nenhuma! Nunca fui cult! Desde o início da carreira, costumo atingir muita gente. A crítica diz que faço MPB, certo? Música popular brasileira. Popular! Esperavam o que de mim? Que compusesse exclusivamente canções para tocar em piano-bar? Sinto-me tão popular quanto a Paula Fernandes ou qualquer cantor que se ligue à MPB. E desejo, sim, me comunicar com quem escuta a Paula. Qual o problema? Agora, longe do palco, não assumo atitudes que, de acordo com o senso comum, uma cantora popular deveria assumir. Resultado: bagunço a cabeça da galera!", declarou.

Por ver a forma de maneira simples, Marisa não busca o glamour nem o que envolve esse mundo.

"Coisas singelas me põem feliz: admirar um tucano, secar o cabelo no sol, fazer um tricozinho, preparar ovo mexido para meus dois filhos, caminhar, bater papo com os amigos. Não necessito de nada muito sofisticado. Helicóptero, automóvel do ano, ilha não sei onde, casa de veraneio? Para quê? Vivo confortavelmente, lógico, mas sem luxos. Não tenho como meta acumular capital", disse.

Preocupada com a saúde, a cantora não fuma, zela pela alimentação e pratica exercícios com frequência. E evita varar madrugada na farra, principalmente quando está em turnê.

"Percebi logo cedo que a estrada pode ser bastante insalubre se o artista confundir o ofício com uma festa eterna. Se não virei doidona nas últimas duas décadas, não viro mais".