Sesau discute estratégias com médicos e enfermeiros para erradicar a sífilis em Alagoas

12/09/2012 21:14 - Saúde
Por Redação

Com o objetivo de discutir ações de vigilância epidemiológica para eliminar a sífilis em Alagoas e evitar a infecção pelo vírus HIV, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realiza o Curso Básico de Vigilância Epidemiológica (CBVE) para os profissionais de saúde que atuam nos municípios com maior incidência da doença. A capacitação, que acontece no auditório do Hotel Enseada, na Pajuçara, prossegue até quinta-feira (13).

Em razão do alto número de subnotificações da sífilis no Estado – uma vez que, em 2011, apenas foram notificados 270 casos da doença, índice que diverge da estimativa da Diretoria da Vigilância Epidemiológica Estadual .

A gerente de Agravos de Transmissão Respiratória, Sexual e Doenças Imunopreveníveis da Sesau, Ednalva Araújo, afirmou que a secretaria vem aprimorando as ações destinadas aos médicos e enfermeiros da Atenção Básica, para incentivar estratégias nos municípios prioritários, obtendo assim, resultados importantes em todo o Estado.

Um exemplo de plano de intervenção que amplia o acesso da gestante ao serviço de saúde é o executado pelo município de Santana do Ipanema. “Com o projeto Mãe Santanense, as gestantes têm a garantia de realizar os exames de baixo e alto risco, ser consultado a cada 15 dias com profissionais como nutricionista, psicólogo e enfermeiro e ainda receber o kit pré-natal”, disse a enfermeira Fabiana Soares, que coordena o Centro de Assistência à Saúde da Mulher de Santana do Ipanema, acrescentando que, dessa forma, o município tem realizado um pré-natal completo.

De acordo com Ednalva Araújo, a meta do Estado é de um caso para cada 1000 nascidos vivos. “Esse número será alcançado por meio do trabalho que visa estruturar a rede de atenção à saúde da mulher” explicou, acrescentando que o risco de transmissão da mãe para o filho é de 100% na fase primária da doença. A coordenadora lembrou ainda que o tratamento é essencial para a mulher e também para o parceiro.

Ainda segundo a gerente, o curso tem a proposta de preparar o profissional para prevenir a DST em mulheres em idade fértil, evitar a transmissão para o concepto e reduzir a morbimortalidade por meio de diagnóstico e tratamento precoce da sífilis adquirida, incentivo ao uso regular de preservativos, tratamento da gestante e do parceiro e investigação do caso no recém-nascido.

Estimativas 2007-2010

Durante o período de quatro anos (2007-2010) foram notificados 913 casos de sífilis congênitas. A faixa etária mais acometida é a de gestantes de 20 a 24 anos – que corresponde a 64% das notificações. Pelo fato de 72% das gestantes com a doença terem realizado o pré-natal, Ednalva Araújo mencionou a importância de rever como o acompanhamento da gestante está sendo realizado nas unidades de saúde, visto que outra consequência é a de que metade das crianças que nasceram com a doença apenas teve o diagnóstico detectado no momento do parto.

“É necessário realizar ações para eliminar a sífilis por meio da atuação dos gestores municipais de modo efetivo. Cabe ao gestor local a responsabilidade sobre a prevenção do agravo. Precisamos alterar esses números que apontam que 64% dos parceiros não são tratados e 56% das mulheres não realizaram o tratamento, no período de 2007 a 2010”, alertou Ednalva Araújo.

Municípios prioritários

Dados da Sesau apontam que Alagoas conta com 20 municípios com maior incidência de sífilis. Dessa vez, o curso foi destinado aos profissionais dos municípios de Penedo, Rio Largo, São Miguel dos Campos, São Luiz do Quitunde, Marechal Deodoro, Murici, Santana do Ipanema, Delmiro Gouveia, Girau do Ponciano e Palmeira dos Índios.

Sífilis

Doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis pode também ser transmitida verticalmente, ou seja, da mãe para o feto, por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. Se não for tratada precocemente, pode comprometer vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso.

Nas fases iniciais, o diagnóstico pode ser confirmado por exame de sangue. Em fase avançada, é necessário pedir um exame de líquor para verificar se o sistema nervoso não foi afetado. O tratamento é feito com antibióticos, normalmente penicilina, e deve ser acompanhado com exames de sangue para verificar a evolução da doença. O uso de preservativos durante as relações sexuais é a única maneira de prevenir a doença. 

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