Obama promete 'justiça' após morte de embaixador em ataque na Líbia

12/09/2012 09:32 - Brasil/Mundo
Por Redação

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (12) que será feita "justiça" no caso dos quatro americanos mortos em um ataque na cidade líbia de Benghazi na véspera, por conta de um filme considerado ofensivo ao Islã.

"Não se enganem: a justiça será feita", disse Obama, que prometeu trabalhar em conjunto com o governo líbio para trazer os responsáveis à justiça.

Mais cedo, em nota, Obama havia condenado fortemente a morte do embaixador do país na Líbia, J. Christopher Stevens, e de três funcionários americanos, no que chamou de "ataque ultrajante".

Ele ordenou um reforço na segurança de postos diplomáticos americanos ao redor do mundo.

Os diplomatas foram mortos atingidos por um foguete no carro em que estavam na cidade de Benghazi, durante um protesto de islamitas radicais contra um filme, produzido nos EUA, e que foi considerado ofensivo para o Islã e para o profeta Maomé.

As mortes coincidiram com o 11º aniversário dos ataques do 11 de Setembro, lembradas discretamente pelos americanos na terça.

O ataque ao consulado americano ocorreu na noite de terça. Manifestantes armados cercaram o prédio e lançaram foguetes contra ele, informaram fontes líbias.

Segundo o porta-voz da Alta Comissão de Segurança do Ministério do Interior, Abdelmonoem al-Horr, as forças de segurança tentaram controlar a situação quando foguetes RPG foram disparados a partir de uma propriedade próxima.

"Dezenas de manifestantes atacaram o consulado e incendiaram o prédio", disse Omar, um morador de Benghazi, que escutou tiros em torno do edifício.

Outra testemunha confirmou os disparos em torno do consulado e revelou que homens armados, incluindo militantes salafistas, bloquearam as ruas que dão acesso ao prédio.

Stevens teria morrido em seu carro, quando tentava deixar o local.

"Apresentamos nossas desculpas aos Estados Unidos, ao povo americano e ao mundo inteiro pelo que aconteceu", afirmou em Trípoli Mohamed al-Megaryef, presidente do Congresso Geral Nacional (CGN), principal autoridade política da Líbia.

"Estamos ao lado do governo americano em relação aos assassinos", disse Megaryef, que classificou o ataque de "covarde".

O ataque aconteceu na véspera da eleição do chefe de Governo do CGN, que terá como missão criar um exército e uma polícia profissionais.

O vice-premiê líbio, Mustafah Abu Shagur denunciou "atos barbárie".

A Líbia enfrenta instabilidade política desde a revolta popular que, no ano passado, com apoio ocidental, derrubou e matou o ditador Muammar Kadhafi. A cidade de Benghazi foi o foco da rebelião anti-Kadhafi

Horas antes, no Cairo, milhares de manifestantes, a maioria salafistas, protestaram diante da embaixada dos Estados Unidos para denunciar um filme "anti-islâmico" realizado por cristãos coptas residentes nos Estados Unidos.

Os manifestantes arrancaram a bandeira dos Estados Unidos e em seu lugar colocaram uma imensa bandeira negra com a frase: "não há mais Deus que Deus e Maomé é o seu profeta".

Nesta sexta, a Irmandade Muçulmana, principal força política egípcia, convocou "protestos pacíficos" conra o filme para esta sexta-feira.

O movimento fundamentalista do Talibã prometeu mover uma "guerra" aos americanos no Afeganistão em decorrência do filme.

O filme, com o título "Innocence of Muslims" ("A inocência dos muçulmanos"), foi realizado pelo americano-israelense Sam Bacile.

Depois da manifestação no Cairo, Bacile declarou ao "Wall Street Journal" que o Islã "é um câncer".

Os ataques na Líbia e Egito tiveram repercussões na campanha eleitoral nos Estados Unidos, onde o candidato republicano à presidência, Mitt Romney, acusou o presidente Obama de simpatia pelo extremistas muçulmanos.
 

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