Destino eleitoral de Palmeira dos Índios nas mãos de Orlando Manso

12/09/2012 00:00 - Geral
Por Redação
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Um simples caso de indeferimento de registro de candidatura em razão da Lei do Ficha Limpa está causando uma polêmica em todo o estado de Alagoas, em virtude do voto da desembargadora Elisabeth Carvalho que ao dar sua decisão praticamente fez um comício contra o atual gestor da cidade James Ribeiro e o governador Teotonio Vilela Filho.

A votação sobre o indeferimento ou não de Petrúcio Bandeira será definida nesta quarta-feira com o voto do presidente da casa, Orlando Manso, que pediu vistas ao processo.

Na sessão de ontem do TRE Elisabeth Carvalho desferiu duros golpes contra o gestor: "Senhores, Palmeira está acabada. Estou falando de lugares que conheço” .

Mas se contradisse ao tentar defender – mesmo que indiretamente – o réu Petrúcio Barbosa – ex-prefeito de Igaci condenado duas vezes pelo Tribunal de Contas da União pela não prestação de contas (enquanto prefeito do município de Igaci) de recursos federais.

“Se os senhores quiserem vou amanhã mesmo em Igaci e tiro fotos da ambulância. Ela está lá. O recorrente desta ação é o PSDB, partido do Governador. Esse Prefeito que está em Palmeira nem uma maioria dos votos ao governador no primeiro e no segundo turno (na eleição para o Governo, em 2010), o Prefeito fez. O governador quer proteger seu candidato, tem a mania de enviar aquelas ambulâncias da Fiat, que são pequenas ", disse Elisabeth, totalmente contraditória e visivelmente transtornada.

O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) apoia a reeleição do tucano James Ribeiro, atual Prefeito de Palmeira. No Julgamento, ela disse que até um irmão dela precisou de uma ambulância na cidade, mas foi negado o atendimento. "Acordei até o Governador", disse.

A desembargadora Elisabeth Carvalho esqueceu que a ação também é promovida pelo Ministério Público e pelo MCCE e que o fato mais gritante é que possui parentes envolvidos na disputa eleitoral em Palmeira dos Índios e por ser da cidade como mesmo declarou em seu voto, deveria tomar o destino e caminho mais natural que era se averbar de suspeita, não podendo funcionar no processo.

Após toda a verborragia e tumulto causado o placar da votação deu 3X1 favorável ao recurso de Petrúcio Barbosa.

O próximo voto seria do do juiz Frederico Wilder, que pediu vistas do processo, causando sus suspensão para ontem.

Francisco Wilder num voto técnico rejeitou o recurso de Barbosa, o que foi acompanhado por Luciano Guimarães, empatando a votação.

Novamente Elisabeth Carvalho causou tumulto dizendo que: “quando o senador Renan Calheiros [PMDB] quer uma coisa, não tem TCU nem TRE que impeça”.

A frase caiu como uma bomba de efeito negativo para Elisabeth que acusou os demais componentes do TRE de parcialidade, o que foi rechaçado prontamente pelos seus pares.


Perplexidade

O mundo jurídico alagoano assiste perplexo a atitude da desembargadora que contraditoriamente tenta empurrar “guela a baixo” um candidato condenado pelo Tribunal de Contas da União por duas vezes, constante na lista de inelegíveis do TSE e que está enquadrado na lei do Ficha Limpa.

A inelegibilidade só cessará em julho de 2016, quando completar oito anos.

Na eleição passada Petrúcio Barbosa também concorreu ao pleito, sendo derrotado por James Ribeiro (PSDB), atual prefeito.

Na ocasião Petrúcio Barbosa também não pode levar adiante seu intento, pois estaria pleiteando um “terceiro mandato”, o que foi considerado ilegal pela Justiça.

Se Barbosa tivesse ganho o pleito anterior, não assumiria o mandato, já que estaria inelegível.

A mesma coisa pode acontecer no pleito deste ano, caso Petrúcio Barbosa insista em sua candidatura. Se ganhar, não leva - caso a lei do Ficha Limpa - seja aplicada fielmente, seguindo a decisão do juiz eleitoral de Palmeira dos Índios.

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