Dois terremotos de magnitude 5,6 atingiram o montanhoso sudoeste da China nesta sexta-feira (7), matando ao menos 64 pessoas, deixando 700 feridos e forçando milhares de pessoas a sair de casa, informou a imprensa estatal.
Os abalos aconteceram próximos à divisa das províncias de Yunnan e Guizhou. O primeiro aconteceu à 0h19 de Brasília, e o segundo, cerca de 45 minutos depois, afirmou o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
Cerca de 700 pessoas ficaram feridas, e 20 mil casas tiveram algum tipo de dano na remota região, segundo informações da agência estatal de notícias Xinhua.
Até o momento, mais de 100 mil pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas em Yunnan.
O primeiro terremoto, que aconteceu às 11h (0h no horário de Brasília), foi seguido por uma série de tremores que semearam o pânico em algumas cidades, o que levou muitos habitantes a deixarem suas casas e escritórios.
"Estava andando na rua quando de repente senti a terra tremer sob os meus pés. As pessoas começaram a sair para a rua gritando. Quando penso ainda sinto calafrios", contou um habitante no microblog Weibo, o equivalente chinês do Twitter.
Um outro internauta escreveu que quase não conseguiu controlar o seu carro no momento do tremor.
Imagens exibidas pela televisão mostraram centenas de pessoas reunidas nas calçadas da cidade de Yiliang (Yunnan), recusando-se a voltarem aos edifícios.
Em outras fotografias postadas na internet, é possível ver ruas cobertas de tijolos, telhas e outros detritos que caíram dos prédios ao redor. Feridos cobertos com bandagens lotavam a entrada de um hospital local.
Muitas paredes ficaram rachadas e enormes blocos de concreto caíram em uma estrada, onde ainda há uma densa nuvem de poeira levantada pelos tremores.
Os edifícios nas regiões rurais da China são muitas vezes construídos com materiais de baixa qualidade, e as normas antisismicas raramente são cumpridas.
Foi no distrito de Yiliang o maior número de vítimas fatais, de acordo com a Nova China. A agência de notícias oficial estimou que cerca de 700 mil pessoas foram diretamente afetadas pelo terremoto.
A região relativamente pouco desenvolvida de Yiliang, com mais de meio milhão de habitantes, possui uma alta proporção de minorias étnicas, incluindo os Miao e Hui.
O tremor foi fortemente sentido na província vizinha de Sichuan, atingida em maio de 2008 por um tremor de terra poderosao que fez cerca de 70 mil mortos e 18 mil desaparecidos.
"O terremoto foi sentido em Yiliang e nas três regiões de Jiaokui, Qiaoshan Luozehe", indicou o governo local de Yiliang. "O tráfego foi interrompido em algumas áreas e as comunicações foram afetadas", acrescentou.
Huang Pugang, do instituto geológico da província de Yunnan, informou à Nova China que o número de mortos pode aumentar por causa da densidade populacional da região, que conta com 205 habitantes por quilômetro quadrado.
A China é um país familiarizado com terremotos, embora sua população seja muito menos consciente do risco sísmico como no Japão.
O país foi cenário de um dos piores terremotos da história, na região de Tangshan (nordeste) em 1976. Segundo dados oficiais, os resultados deste terremoto foi de 242 mil mortos, mas outras fontes, totalizamo três vezes mais.
Em 2010, um tremor de magnitude 7,1 na província de Qinghai causou 300 mortes e deixou mais de oito mil feridos.
Foi nesta mesma região, mas na província de Sichuan, onde em 2008 ocorreu o terremoto mais grave em mais de três décadas na China, com 88 mil mortos e desaparecidos.