Depender do sistema de transporte coletivo para se deslocar entre o bairro Nova Esperança e o centro da cidade de Arapiraca transformou-se numa batalha diária para milhares de trabalhadores. Eles denunciam que, atualmente, existem apenas dois ônibus servindo ao bairro durante os dias de semana. De segunda a sexta eles circulam até às 18 horas e nos sábados até o meio dia. Após esse horário, além dos domingos e feriados, nenhum ônibus circula na linha.

Revoltado com o descaso, em agosto do ano passado o morador Giguimar Pereira criou um abaixo-assinado, onde colheu centenas de assinaturas com a comunidade. Segundo ele, o documento foi entregue à Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e à direção da empresa Real Arapiraca, responsável pela linha. O pedido chegou a ser atendido semanas após a entrega do documento, mas o reforço não durou muito tempo, fazendo com que o drama voltasse a ser vivido pela população.

“É um absurdo o que estão fazendo com a gente. Os ônibus, além de mal conservados, demoram cerca de uma hora para passar nos pontos. Muitas pessoas desistem de esperar e acabam fazendo o trajeto a pé ou de mototaxi”, lamentou Giguimar.

Na comunidade Nova Esperança funciona a Escola de Tempo Integral Zélia Barbosa. Professores, funcionários e estudantes daquela unidade escolar também reclamam da precariedade do transporte coletivo no bairro. Para eles, a única saída é voltar para casa de mototaxi. “Tenho pavor de andar de moto, mas como não tenho outra opção, sou obrigado a me arriscar sob duas rodas para voltar pra casa”, alegou um funcionário, que preferiu não se identificar.

Já a moradora Maria Cícera reclama que nos sábados a tarde e nos domingos fica impossibilitada de levar suas três crianças para passear, devido a falta de transporte coletivo. “Minhas crianças ficam pedindo para brincar no parque Ceci Cunha, mas como não tem ônibus circulando nos finais de semana, o passeio torna-se praticamente impossível, uma vez que não tenho como transportar três crianças numa motocicleta. Se optar em ir à pé existem dois problemas: a distância e o risco de ser assaltada na volta”, finalizou a moradora.