Inflação oficial acelera em agosto; tomate sobe 76% no ano

05/09/2012 18:18 - Economia
Por Redação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,41% em agosto, impulsionado pelos preços dos alimentos e afastando a inflação anual do centro da meta do governo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Trata-se da maior variação para o mês de agosto desde 2007, quando chegou a 0,47%. Entretanto, o índice ainda apresentou ligeira desaceleração ante avanço de 0,43% em julho, e ficou em linha com a expectativa de analistas.

No acumulado de 12 meses até agosto, o IPCA tem alta de 5,24%, acima dos 5,20% nos 12 meses até julho. Essa é a maior alta nesta comparação desde março deste ano, quando o índice também atingiu 5,24%, e mostra o índice se afastando do centro da meta de inflação de 4,5% perseguida pelo Banco Central.

O cenário de inflação longe do centro da meta reforça a expectativa de que o Banco Central está se aproximando do fim do ciclo de redução da taxa juros, atualmente em 7,5%. "A inflação deve terminar o ano significativamente acima do centro da meta. Talvez por isso que o BC já indicou que o ciclo de queda de juros provavelmente tenha terminado, uma vez que o cenário de inflação está se deteriorando", disse o estrategista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno. Após promover o nono corte seguido dos juros, o Comitê de Política Monetária deixou claro, na reunião de agosto, que, se houver espaço para um novo corte, ele será feito com "máxima parcimônia".

Analistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 0,40% do IPCA em agosto, com alta acumulada em 12 meses de 5,23%. As projeções para a inflação no mês variaram de 0,38% a 0,43%. O relatório Focus do BC, com projeções do mercado, estima que o IPCA encerrará 2012 com alta de 5,20%.

Pressão dos alimentos

Pelo segundo mês consecutivo, os alimentos puxaram a inflação medida pelo IPCA, por conta de problemas climáticos no Brasil e nos Estados Unidos, embora a alta de agosto tenha desacelerado para 0,88%, ante 0,91% em julho.

Mas a expectativa é que esse grupo continue pressionando a inflação até o final do ano. "Olhando mais para o fim do ano, o grande risco é o peso das carnes (devido à alta dos grãos). Começa-se a ver nos frigoríficos uma pressão significativa, o que põe pressão para o resultado do ano", disse o economista Alessandro del Drago, da gestora de recursos Kinea.

Além de alimentação e bebidas, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em agosto na comparação com julho. Saúde e cuidados pessoais passou de 0,36% para 0,53% em agosto; educação subiu de 0,12% para 0,51%; artigos de residência passou de -0,01% para 0,40%; artigos de vestuário avançou de 0,04% para 0,19%; e transportes passou de -0,03% para 0,06%.

Já os grupos que apresentaram resultados menores do que em julho foram despesas pessoais (de 0,91% para 0,42%), habitação (de 0,54% para 0,22%) e comunicação (de 0,15% para -0,01%).

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