Agentes da PF continuam greve por tempo indeterminado, diz sindicato

30/08/2012 16:13 - Brasil/Mundo
Por Redação

Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal permanecerão em greve nacional da categoria por tempo indeterminado aguardando nova proposta do governo, informou nesta quinta-feira (30) a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

Segundo Paulo Paes, diretor de estratégia sindical da federação, o prazo dado pelo governo para a assinatura de acordos, que terminou na terça-feira (28), não influencia na paralisação. Em assembleia nesta quinta, representantes dos estados se reuniram para detalhar como devem ser as manifestações nos próximos dias.

“Vamos aguardar que o governo apresente uma nova proposta, diferente do modelo apresentado. Somos uma das únicas categorias que continuam em greve, temos certeza que o governo deve tentar corrigir esse impasse”, afirmou.

Segundo o dirigente, não haverá operação padrão, mas serviços como a expedição de passaportes estão parados. Os policiais federais só realizam os plantões de aeroporto e superintendências e delegacias.

Outras rejeições
Além da PF, rejeitaram a proposta os defensores públicos federais, servidores ligados ao Incra e Dnit, auditores fiscais da Receita e agências reguladoras.

Em 22 estados, servidores de agências reguladoras rejeitaram a proposta do governo, informou a Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências). Na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 70% estão trabalhando e o restante continua em greve. Em todas as agências, a proporção é de 50%. O sindicato afirma que não há previsão para o retorno ao trabalho.

O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) decidiu em assembleia nesta quinta recusar a proposta pela segunda vez. A categoria continua operação padrão nas zonas aduaneiras de portos, aeroportos e de fronteira. Na próxima terça, está marcada assembleia para discutir uma possível paralisação nos dias 10, 11 e 12 de setembro.

O presidente do Sindicato Nacional dos Servidores da CVM (SindCVM), Leonardo Wainstok, afirma que os servidores não estão em greve, apesar da rejeição da proposta. "Fomos muito humilhados, mas houve um efeito boiada para assinar os acordos. Nós preferimos negociar outras condições", diz.

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) informou que ainda tenta uma nova proposta. "Estivemos lá (no Planejamento) hoje pela manhã, tentando fazer o governo ceder, mas o governo continua com o chicote na mão. A categoria tem assembleia na terça, indignação é muito grande", afirmou o presidente Sérgio Belsito. "Não é só de salário. São questões em pauta há muito tempo. Tem reajuste de 23%, mas o que mais magoa é o tratamento e a política que o governo adotou com relação ao servidor."

Fim do prazo
Na terça, o secretário de Relações do Trabalho do ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, afirmou que "mais de 90%" dos servidores do Executivo assinariam acordo. Foi o último dia do prazo dado para que os sindicatos decidissem sobre a proposta de reajuste oferecida pelo governo, de 15,8% "fatiado" em três vezes até 2015.

Sobre a reposição de horas paradas, o secretário disse que “sem o término da greve não há discussão”. Segundo ele, o plano de reposição das horas trabalhadas vai ser discutido com os órgãos onde houve greve. “A CGU (Controladoria Geral da União) vai acompanhar esse plano de reposição se houver acordo.”

Segundo o ministério, as negociações realizadas depois desta terça poderão continuar, mas um eventual acordo só será incluído no Orçamento de 2014. "[Com] quem decidiu não assinar, voltamos a discutir no ano que vem, com impactos em 2014", disse o secretário.

Nesta quinta, o Ministério do Planejamento enviou ao Congresso proposta de Orçamento para 2013 previsto em R$ 2,140 trilhões, segundo a ministra Miriam Belchior.

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