Advogando com o Patati e o Patatá

06/08/2012 11:31 - Welton Roberto
Por Redação

 

Em primeiro lugar gostaria de pedir humildes desculpas ao leitor deste blogue pela semana em falta. Quando assumo um compromisso gosto de realizá-lo com honra, dedicação, respeito e amor. Comprometi-me com o Cadaminuto (o site que mais cresce no mundo, olha o jabá, Carlinhos!) em manter este espaço sempre atualizado e preenchido com posts quase diários, embora a minha vida alucinante me encurte o tempo livre, mas gosto dos desafios e assim aceitei mais este.

Tive, contudo,  uma ocupação que me tirou a força e a energia de escrever, e sem inspiração e paixão não consigo nem tomar o café da manhã.

 Explico mais adiante a minha pecaminosa falta com o blogue e com vocês amigos que nos acompanham neste singelo espaço democrático de ideias e ideais e de debates francos e transparentes.

Nasci em um cortiço na periferia da grande São Paulo, cidade de Osasco. Filho e neto de nordestinos que tentaram há muitos anos a ‘sorte grande’ “no sudeste maravilha”, fui criado acreditando e praticando que tudo poderíamos fazer se fosse com muita fé e paixão.

Dinheiro nem preciso dizer que era pouco, mas o suficiente para aprender que ele, em si, não é essência e nem constitui um fim em si mesmo, embora o danado tenha feito falta, muita falta (Aliás, já dizia o filósofo Azambuja: “Dinheiro e mulher só fazem duas coisas na vida: falta e raiva”).

Assim,  segui as minhas pegadas que de tortuosas me levaram ao curso de Direito da Faculdade Católica da cidade de Santos, cidade onde cresci e vivi boa parte da minha vida.

E eles nunca estiveram ali.

Quando escolhi ser advogado por paixão e alguma vocação eles nem existiam. Aliás sequer sabia que viriam ao mundo. Acreditava então que tudo se movia em torno dos meus sonhos e ideais. Antes da nobre missão de advogar fiz de tudo um pouco, ajudei meu saudoso avô na sua banquinha de limão na feira, na sua banca de revistas, fui flanelinha por alguma temporada, office-boy, ajudante geral e depois professor de inglês. Tudo com muita paixão e dedicação.

A eles nenhum pensamento sequer, pois não saberia como fazer por pessoas que ainda não influenciavam minhas escolhas, meus caminhos, meus muitos erros e meus ainda esparsos acertos.

Aos vinte e um anos me formava e me tornava um dos advogados mais jovens do Estado de São Paulo, sem parentes importantes ou qualquer tutor para me guiar em qualquer direção já que não havia nenhum advogado na família que pudesse me dizer ou ensinar quais passos seguir. Optei (será que foi opção?) obedecer o instinto selvagem de querer vencer na “selva de pedra e de gravatas imponentes” ( e eram muitas as gravatas a serem transpostas).

De lá para cá já se passaram vinte e dois anos, entre milhares de causas, vencidas e perdidas e a paixão de poder acordar e ter orgulho de ser o que sou, colocando entre tantas gravatas importantes a minha mísera e surrada de tantos nós feitos e desfeitos em busca de algo que ainda acredito.

Mas hoje não sem eles. Nenhum nó é dado ou retirado sem que haja o dedo, o pensamento e o amor por eles.

Eles hoje fazem toda a diferença. Eles hoje são a razão de ser e de existir de tudo, absolutamente tudo. Incrível que as escolhas e os caminhos só podem ser trilhados a partir de um pensamento neles. E por eles. Cada gravata empunhada na beca andarilha da advocacia tem um porquê explícito e declarado: MEUS FILHOS!

A semana de ausência de energia e inspiração se deveu também a um deles. Tyla é o nome da responsável pelo vazio que aplacou a mente e me sedou o coração a faltar força para juntar letras, palavras e produzir algo que merecesse a atenção do leitor.

Minha pequena nos assustou com ausência de coordenação motora em uma das mãos e um tremor constante que lhe impedia de sequer poder segurar uma simples colher para suas refeições diárias.

Dois anos atrás a mesma foi alvo de uma doença (artrite viral) que lhe impedia de sequer dar um passo. Coisa que curamos, mas ainda requer muita atenção e cautela com a sua rotina diária.

Um turbilhão de pensamentos me assolou e hoje posso compartilhá-los aqui, pois ela já se recupera na cidade de São Paulo, lugar para onde parti quase que correndo literalmente depois daquele encontro com a minha amante no Rio de Janeiro que avisei aqui também nesse blogue (caraca, tá virando quase um diário isso, mas prometo que os próximos posts o blogueiro se abstém dessas incoveniências).

Engraçado como eles chegam sem mais nem menos e tomam conta da nossa vida, do nosso dia-a-dia e partir daí não temos mais sonhos próprios ou vida indvidual.

Hoje a advocacia que tanto amo e venero não representa nada sem o Lucas, a Bia, a Tyla e a Liz (Catatau). Sonho nenhum é possível sem que eles estejam no comando. Nada é feito senão por eles e para eles. Reconstruída a ideia de profissão, de carreira, de ambições a partir deles e tudo pode simplesmente acabar com um chamado da Liz (a minha Catatau de um ano e oito meses) para assistir o DVD do Patati Patatá, ou para acompanhar o Lucas em uma emocionante final do brilhante e magnífico time do Palmeiras (time que ele escolheu democraticamente junto com o pai, tá certo que ele tinha apenas 1 dia de nascido), ou ainda para ouvir a Bia falar de suas bandas de rock preferidas , ou ainda para acompanhar a Tyla nos seus desenhos, escritos e fantasias...

Eita, infelizmente o texto de hoje vai ficando sem final porque mais uma vez estou aqui sendo chamado para cantarolar, dançar (sim dançar, com coreografia e tudo!) as músicas do Patati, Patatá: E aí vou eu... “se você quer sorrir, é com Patati, se você quer cantar, é com Patatá...”

 

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