Comumente nos deparamos com situações e comportamentos reprováveis, quando isso ocorre nossa reação é, normalmente, a repulsa, as feições que denunciam ojeriza, a impaciência.

Entretanto, agindo assim podemos estar nos igualando àqueles que agem como desaprovamos.
Devemos partir do pressuposto de que não há ações certas ou erradas, mas socialmente aceitáveis ou reprováveis. Daí porque mesmo diante de um crime há circunstâncias que são atenuantes e outras agravantes, e não me refiro à letra da lei, mas às causas que suplantam nas pessoas seus sentimentos de aprovação ou não.

Aquilo que julgamos certo ou errado, talvez para outro não o seja – e aqui me refiro a pessoas comuns, não a um psicopata (favor, sem deturpações!).

Nosso Drummond disse: "Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar".

Intrigante é quando enxergamos nos outros defeitos que nós mesmos possuímos, às vezes por não nos vermos em nossa essência. Afinal, quem se dedica em demasia a analisar comportamentos alheios, acaba, por vezes, esquecendo dos seus próprios, e quando isso ocorre perde-se não só em credibilidade, mas em efetiva contribuição com o que se acredita.

Continuo na tecla de que inspirar transformação é também dar exemplos. Se o que mais almejamos, enquanto cidadãos, hoje mais eleitores que qualquer outra coisa, é que o debate se dedique às propostas, às ideias e à contribuição à sociedade, não podemos nos igualar àqueles que se detêm aos ataques, aos achaques e ao histerismo.

Estrelismo é comum entre políticos, principalmente entre os que colecionam vitórias, mas não devemos nos igualar. Aqueles que pretendem contribuir com os processos eleitorais, sejam eles quais forem, devem dedicar-se ao alerta e não às manobras, seja com os estridentes brados de acusações, seja nas cinematográficas cenas de vitimização.

Para aqueles que se habituaram ao poder é difícil abrir mão dele, passar a faixa para o sucessor que não representa seus interesses, ou reconhecer que, por melhor que tenha sido sua administração, boas e novas contribuições podem ser muito relevantes e, frequentemente, o são.

Não estou aqui falando bem ou mal de A, B ou C, mas tão somente tentando apresentar uma visão que é muito particular e que não pretende convencer ninguém, pois assim como mencionei no início, não acredito em certo e errado, numa visão maniqueísta dos problemas que nos rodeiam, mas creio que para todo comportamento pode haver vários julgamentos e se nos prendermos à obviedade das conclusões poderemos deixar passar o que há de relevante nas escolhas alheias – o cerne da questão.

Lembrem-se, caros leitores, os problemas têm o tamanho que damos a eles, portanto, sejamos mais leves.