“Os ideais que cultivamos, nossos maiores sonhos e esperanças mais ardentes podem não se realizar durante a nossa vida. Mas isto não é o principal.”

“A vitória em uma grande causa se mede não só por ter atingido o objetivo final. Também é um triunfo viver de acordo com as expectativas a vida inteira”.

Os dois pensamentos do aniversariante Nelson Mandela (dia 18 de julho completou 94 anos) aqui expostos nos leva a refletir sobre vários aspectos. Primeiramente a ideia maquiavélica de que os fins justificam os meios, utilizada muito em meios políticos, principalmente em ano eleitoral, não contempla aqueles que são idealistas e ainda românticos em seus sonhos e aspirações.

Em segundo lugar nos permite concluir que os idealistas talvez não sejam sempre vitoriosos sob o aspecto pragmático do resultado, mas sempre serão mais felizes, posto que a vitória ou a derrota é uma quimera comparada ao sabor de poder lutar com ideias e ideais . Vencer por vencer, para alguns, passa a ser a questão central, como se a vitória em si mesma fosse o ideal a ser alcançado, nem que para isso tenham que quebrar relações de amizade, trair a confiança e desdizer o antes dito. A palavra empenhada passa a ser só uma palavra solta ao vento que de acordo com a biruta pende para um lado ou para o outro, não se importando em serem antagônicos, divergentes ou contraditórios.  

Por isso, viver de acordo com ideias e ideais em um mundo cada vez mais pragmático por resultados, alcançados quando traçados planos infalíveis (vide os planos infalíveis do Cebolinha), está cada vez mais difícil. Mas não menos romântico. Até porque idealistas traçam seus sonhos e acreditam que só através deles é possível atingir o nirvana.

Declaro-me assim, romântico e sonhador, imperfeito por ainda acreditar nos ideais e ideias. E se para isso tenhamos que enfrentar a adversidade das falsas amizades, das promessas quebradas, das palavras desditas, que assim seja. Medo não é algo que nos impede de continuar em frente. Perder? Ganhar? Mera quimera.

Enfrentar os que buscam os resultados a qualquer preço, ainda que tenham que sacrificar amizades, quebrar palavras, agarrar-se ao passado travestido de futuro, posicionar-se antagonicamente com o que antes defendiam, e outras práticas que podem ser legitimadas somente nas bem traçadas linhas pelo pensador Maquiavel, é a missão.

Nossas armas? Os sonhos e a sinceridade, a transparência e a coragem. E ainda que nesta vida eles não se realizem, sigamos eretos e em frente,  nunca porém traindo os ideais de viver de acordo com as nossas próprias expectativas.

Happy Birthday Madiba!

Viva Mandela!