Dificuldade para agendar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, longas filas de espera para conseguir uma consulta médica, além de horas e horas para ser atendido no Hospital Geral do Estado. Para quem depende da saúde pública o cenário parece ser assustador, mas não para a dona de casa Maria José dos Santos, 66 anos, que há dois espera para fazer uma cirurgia. “Sinto febre diariamente. Já retirei uma mama, mas o problema agora é a outra”.

Dando continuidade à série de reportagens sobre ‘Os desafios do novo prefeito’, que irá assumir o cargo em 1° janeiro em Maceió, o CadaMinuto foi às ruas para saber o que as pessoas que dependem da saúde pública dizem sobre o atendimento.

Maceió é a capital com o menor indíce de Programa de Saúde da Família do Brasil, apenas 48% considerado verginhoso até para o Ministério da Saúde. E a novela da dona de casa, Maria José, parece não ter fim. 

Ela conta que em 2008 operou uma das mamas, mas com muito sacrifício. “Levei muito tempo para operar. Fiquei com medo que os nódulos se espalhassem pelo meu corpo. É muito difícil depender da saúde pública”, afirmou a dona de casa.

Ainda segundo ela, o sistema para marcação de consultas é demorado. Primeiro o paciente faz o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), é preciso enfrentar uma fila e torcer para conseguir uma das 100 fichas distribuídas por dia (manhã e tarde).

Com o cartão em mãos é preciso enfrentar mais uma fila para conseguir uma ficha, dessa vez é para marcar consulta. Dependendo da especialidade do médico, a demora pode chegar a 3 meses. No caso da dona de casa, o drama ainda é pior, ela precisa ser submetida a um procedimento cirúrgico. “É ter que esperar a boa vontade deles para poder marcar”, disse.

Cartão do SUS

Outro problema relatado pelos pacientes que dependem da saúde pública é justamente o cartão que é preciso fazer para ter atendimento. Como mostra a dona de casa Marcela Souza que quando finalmente chegou o dia da sua consulta o cartão estava inválido.

“Para ter atendimento as pessoas precisam ter conhecimento. Uma consulta que poderia durar mais de três meses consegui em um mês. Mas quando cheguei ao médico, fui informada que meu cartão estava inválido. Fui ao Cora e eles me disseram que o cartão está normal e que foi erro do posto. Não dá para entender”, frisou.

O mesmo drama é vivido pela auxiliar de serviços gerais Luciana dos Santos. Ela conta que demorou mais de seis meses para conseguir marcar uma cirurgia e quando finalmente consegue o cartão do SUS apresenta problemas.

“Não sei o que acontece. Quando cheguei para os últimos detalhes me disseram que o nome no sistema constava o nome de um homem. Fui ao Cora e eles me informaram que o meu nome estava certo. Não onde está o erro, só sei que não quero perder a minha cirurgia”, disse Luciana.   

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