Táxi lotação: atividade comum em Maceió, cuja prática é proibida

16/07/2012 01:58 - Maceió
Por Redação
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Quem nunca precisou de um táxi lotação para chegar mais rápido ao seu destino final? Com uma frota de ônibus considerada pequena pela população, não é difícil encontrar usuários que preferem desembolsar um pouco a mais para garantir uma ‘viagem’ tranquila’. O problema é que, enquanto esta nova ‘classe’ de trabalhadores cresce na ilegalidade, os empresários sentem no bolso prejuízos.

Isto não é oficial, mas conversas de bastidores apontam que são eles (empresários) que lutam, para que o táxi lotação não vigore. E pelo que parece, está bem distante a possibilidade de que a atividade seja regulamentada e permitida pela prefeitura. Apesar de longas conversas, reuniões entre o Sindicato dos Taxistas e os órgãos públicos, não há uma definição nem autorização para que a situação seja resolvida. E enquanto esse imbróglio não chega a um denominador comum, muitos trabalhadores continuam arriscando na ilegalidade.

Os táxis lotação estão espalhados por todo o comércio da capital e acabam empregando várias pessoas. Um ajudante dos motoristas, que trabalha atraindo os passageiros para as lotações, garantiu que a procura pelo serviço é intensa, já que a população está cansada da frota defasada dos ônibus.

"Quem fica feliz de andar de ônibus? Ninguém. A lotação apesar de ser alguns centavos mais caro, muita gente prefere, porque não tem aperto, deixa você no lugar onde quer parar. Não existe comparação. Eu as vezes faço algumas viagens dirigindo, mas tô rezando que o novo prefeito dê um jeito nisso aí, porque andar de ônibus em Maceió é sem futuro".

Quem levanta a bandeira para tentar resolver a questão é o Sintáxi. Atualmente, Maceió possui 3.050 táxi para atender toda a população, um número suficiente. Segundo o presidente da entidade, Ubiracy Correia, para que a atividade seja regulamentada o que precisa é basicamente a boa vontade da prefeitura. “A lei que criou o serviço de táxi na capital prevê o táxi lotação. O convencional e o de turismo já foram regulamentados, mas até o momento não há essa iniciativa por parte dos órgãos públicos”.

Um projeto, igual ao aplicado na cidade sergipana de Aracaju, está em mãos da entidade para que a atividade possa ser liberada na capital, no entanto a resistência da prefeitura faz com que muitos profissionais continuem na ilegalidade. “Nesse projeto consta que apenas 20% da frota de táxi ficaria disponível para a lotação. Não haverá um aumento no número de taxistas, mas sim a liberação para que esse percentual pratique a atividade na capital”.

Dentre outros pontos do projeto, está a colocação de pontos de lotação localizados há 50 metros das paradas de ônibus. A atividade, de acordo com Ubiracy, já é praticada em cidades como Manaus, Rio de Janeiro, Belo Horizonte.

Sobre a questão dos supostos prejuízos para o bolso dos empresários, ocasionado pela concorrência, Correia afirma que não há fundamentos. Ele explica que o maior problema é em relação aos clandestinos, carros particulares utilizados para a prática de táxi lotação. Por conta da demora nos pontos de ônibus, a população procura outros meios de transporte e acaba cedendo a esse tipo de serviço.

“Ao novo prefeito, o sindicato tem dois pedidos a serem feitos. O primeiro é justamente na intensificação dessas pessoas que trabalham na clandestinidade. Nós taxistas pagamos os impostos, enquanto eles utilizam os veículos particulares para transportar passageiros. É preciso uma fiscalização mais intensa. Outro ponto seria a centralização de serviços na SMTT, ou seja, que existe dentro do órgão um atendimento referente ao Detran, para agilizar os processos”, finalizou.

Com colaboração de Jonathas Maresia e Paulo Chancey Junior

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