Não existe oposição na OAB/AL

09/07/2012 05:31 - Welton Roberto
Por Redação
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Antes de fazer qualquer juízo de valor acerca do aspecto positivo ou negativo da afirmação inserida no título deste texto, é necessário esclarecer que todas as candidaturas postas à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas, até o momento, estão diretamente vinculadas à gestão do atual presidente Omar Coelho de Mello, sendo integralmente corresponsáveis pelos acertos e erros eventualmente cometidos.

Fomos todos partícipes ativos na última campanha em prol do atual presidente fazendo parte de seu projeto, tendo na outra ponta como adversário o companheiro advogado Everaldo Patriota.

É de bom alvitre que se esclareça que quando o assunto é a OAB os grupos se formam e se transformam a cada eleição, não existindo pois uma ideia de situação e oposição definida, bastando acompanhar por exemplo quais foram os apoios dos atuais candidatos nas últimas três eleições. Vejamos.

Eu e o amigo Marcelo Brabo apoiamos a chapa Marcos Mello/Everaldo Patriota em 2003, enquanto o amigo Thiago Bomfim apoiou a chapa Areias Bulhões/Marcelo Malta. Já em 2006 eu apoiei a chapa de Everaldo Patriota enquanto os amigos Marcelo Brabo e Thiago Bomfim apoiaram a chapa de Omar Coelho. Em 2009, nós três apoiamos a chapa de Omar Coelho, não tendo sido apoiado por nenhum candidato atual a chapa de Everaldo Patriota.

Por isso me soa estranho que nunca tendo sido apoiado pelo amigo Thiago Bomfim, hoje alguns apoiadores deste estejam querendo comemorar o apoio de Everaldo Patriota como um símbolo oposicionista. Reputo essas chancelas como pura frescura retórica ou tática sofista eleitoreira.

O discurso de unir as oposições, como se elas existissem quando o assunto é a OAB, é tão falso quanto muamba paraguaia. Primeiro porque aqueles que querem “unir as oposições”, arvorando-se de oposicionistas não podem, por exemplo, vangloriar-se, com algum discurso de autoridade, ou para demonstrar força, de estarem sendo apoiados por “quase” metade do conselho seccional atual na gestão de Omar Coelho, bem como possuir conselheiros federais eleitos na chapa do atual Presidente. Que oposição é essa?

Ainda, não se pode fugir às responsabilidades para tentar angariar apoios de eventuais insurretos do atual Presidente para criar um grupo como se genuinamente fossem opositores de primeira hora. É preciso ter responsabilidade e caráter no momento de se dividir a culpa ou os méritos pela atual gestão. Por isso disse e já publicizei que sou um soldado da atual gestão até o final do meu mandato, qual seja 31/12/2012, até porque fui eleito dentro do projeto atual.

Lógico que faço e fiz minhas críticas, como de costume, mas não fujo de atribuir a mim, também, as eventuais responsabilidades pelas falhas na gestão. Por exemplo, já cobrei interna e externamente um debate para se falar sobre a anuidade da OAB. Já cobrei interna e externamente uma ação proativa em torno da categoria. Fiquei feliz em ter um projeto de minha idealização, com a colaboração sempre eficaz do amigo Gabriel Ciriaco, (Curso de formação do advogado jovem: “A semana do advogado jovem”) ter sido aprovado e hoje é copiado no Brasil inteiro. Apresentei projetos no Conselho Federal sobre a criação do piso nacional do advogado empregado. Apresentei projeto de criação de uma ação em prol da atividade cultural, esportiva, lazer e eficaz controle da qualidade de vida dos advogados. Já apresentei projeto isentando de pagamento de anuidade advogados com mais de 65 anos de idade, independentemente do tempo de contribuição para a entidade.

Cobro, mas dou a minha parcela de contribuição.

Sou perfeccionista. É um defeito meu, reconheço. Quero sempre estar fazendo mais e buscando sempre algo melhor. Sou assim na minha profissão, sou assim comigo mesmo. Sou o crítico mais feroz das minhas próprias atuações. Por isso sempre brinco com os amigos reproduzindo uma frase conhecida nas redes sociais dizendo que se quiserem falar mal de mim, perguntem a mim mesmo, pois sei coisas terríveis a meu respeito.  

Todavia nunca fugi de buscar as soluções para os colegas que sofreram e ainda sofrem algum problema em suas prerrogativas. Sou um ativo membro da comissão nacional de defesa das prerrogativas dos advogados. Lá já representamos mais de uma centena de juízes, desembargadores junto ao CNJ que violaram as prerrogativas dos colegas. Não sou um burocrata ou um insatisfeito de gabinete cuja maior contribuição é escrever artigos panfletários. Sou de cair em campo e tentar transformar os problemas em soluções.

A comissão de prerrogativas da seccional alagoana, por exemplo, presidida pelo competente companheiro Daniel Brabo que tem desempenhado zeloso trabalho, foi por mim instada várias vezes a intervir pelos colegas. E assim diligentemente sempre o fez. Não podemos ter discursos oportunistas. Não podemos ter conveniências e falta de hombridade só no intuito de angariar apoios não tão nobres em torno de um projeto de “vitória” a qualquer preço.

Se os colegas advogados irão escolher a minha candidatura ou a dos amigos Marcelo Brabo e Thiago Bomfim que o façam não por ser contra isto ou aquilo, ou por ser de oposição ou situação, já que tal “epíteto” não existe no quadro interno atual, mas sim por terem aceitação maior pelos seus projetos e propostas. Assim penso ser o processo democrático da OAB, e por isso lutarei até o último dia.

Os projetos coletivos devem ser maiores que as rinhas ou intrigas pessoais, e assim seguiremos, dialogando, debatendo, mostrando alguns caminhos que ainda que possam não ser perfeitos, buscam sempre a melhoria do trabalho do advogado, focando nas suas prerrogativas e na sua qualidade de vida o desenvolvimento da profissão cidadã pela qual me apaixonei ardentemente há mais de 20 anos.

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