A Secretária da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos, Katia Born, defendeu, nesta segunda-feira (2), no 2º Encontro Estadual Sobre Adoção, o envolvimento maior dos municípios para a criação de núcleos da criança e do adolescente. Durante o evento, realizado no auditório da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), foi lançado o Manual para Cuidadores de Crianças, de autoria do superintendente da Criança e do Adolescente, Claudio Soriano.
Katia Born ressaltou a parceria entre a Justiça, Governos Municipais, Estadual e Federal e os Conselhos Tutelares a fim de que haja adoções e o acompanhamento delas. “A questão da criança e do adolescente tem sido tratada pela Secretaria com muito cuidado. A intenção é fazer um trabalho junto aos abrigos e as famílias para reinserir essas crianças nas suas famílias de origem ou no caso em famílias substitutas”, disse, destacando também o apoio das Ongs no incentivo à adoção de crianças e adolescente.
Para o corregedor geral de Justiça, James Magalhães, que conduziu a abertura do encontro, o evento atingiu seu objetivo de reunir todos os agentes envolvidos com a problemática da adoção para verificar aquilo que pode ser melhorado. “Um dos pontos é a diminuição de crianças em abrigos por muito tempo. Isso não é bom. A criança precisa ter uma família, um referencial familiar”, frisou a secretária, destacando a importância da integração do Poder Judiciário com os demais poderes públicos na questão da adoção.
O juiz da Infância e da Adolescência, Luiz Medeiros Filho, informou que este ano foram realizadas 45 adoções. Apesar de considerar um número razoável, ele disse que é importante incentivar mais as pessoas a adotar uma criança. “O abrigo é essencial para colocar uma criança abandonada que os pais não tenham condições de criar. O importante é que a criança tenha uma família natural ou substituta. Na verdade, o abrigo é uma situação provisória”, declarou.
Cuidadores de Crianças
O superintendente da Criança e do Adolescente, Claudio Soriano, explicou que o “Manual para Cuidadores de Criança’’ é fruto de um trabalho que existe há dois anos de capacitar os profissionais que trabalham nestes abrigos e que acabaram evoluindo para a geração de renda e para as instituições que atendem crianças. “O objetivo maior é fazer com que a gente aprenda a cuidar melhor dessas crianças. Nós teríamos a intenção de lançar o segundo livro A Situação do Acolhimento Institucional e Familiar no Estado de Alagoas. É um momento importante para, juntos, discutirmos estas questões”, assinalou.
Maria Elizabete de Souza, conselheira tutelar de União dos Palmares e integrante da Ong Organização Mirim, disse que o encontro foi importante não só para as entidades que têm crianças e adolescentes para adoção como para as famílias que querem adotá-los. Ela disse ainda que o evento foi fundamental para divulgar a Lei de Adoção de 2009, a qual dá esclarecimentos a pessoas que desejam adotar uma criança ou adolescente. “Todas as pessoas que estão aptas à adoção devem fazer um cadastro na Vara da Infância e da Juventude. E muitas pessoas não têm conhecimento disso”, ponderou.
Durante a programação, aconteceu a palestra “A Função da Comissão de Adoção no Estado de Alagoas”, proferida pelo presidente juiz José Cícero Alves da Silva. Em seguida, houve a palestra “Aspectos Psicossociais e Jurídicos Preparatório para Adotantes, apresentada pela psicóloga da Equipe Técnica da 28ª Vara Cível da Capital, Maria de Fátima Moreira Malta; “Modalidade de acolhimento: Famílias acolhedoras”, pelo técnico da Casa La, Edmilson Vasconcelos; e “Aldeias Infantis SOS”, pela técnica Viviane Santiago.