Após vários anos trabalhando de forma informal e sendo perseguidos pelos fiscais de posturas da Prefeitura de Maceió, os camelôs finalmente vão ter um ponto fixo. No domingo (1), as barracas localizadas na Praça Palmares, no Centro de Maceió, foram demolidas e os ambulantes cadastrados irão ocupar o Shopping Popular Nossa Senhora de Fátima, instalado na Rua Barão de Alagoas.
Na manhã desta segunda-feira (02), muito trabalho no local. Uma equipe da Superintendência Municipal de Limpeza Urbana (Slum), faz um ‘pente fino’ para que a via possa ser liberada para o tráfego. 425 lojistas cadastrados pela Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes) começam a ocupar o novo espaço e já começam a trabalhar nos próximos dias.
Além dos boxes, o Shopping Popular terá loteria esportiva, caixa eletrônico, praça de alimentação, farmácia popular e salão para realização de cursos de capacitação dos lojistas. O prédio conta ainda com um elevador e uma escada rolante que facilitarão o acesso dos clientes ao primeiro andar.
Vivendo perseguida e sem ponto certo, a camelô Lêda Maria dos Santos disse que há 40 anos espera por este momento. “Sempre vivi com medo. Sou cadastrada deste a gestão passada e estou muito feliz com a nova casa. Só estou receosa com o movimento, que aqui é mais fraco, mas espero que seja por pouco tempo. Estou muito otimista”, afirmou.
Os ambulantes sorteados com boxes situados no primeiro andar pagarão aluguel R$ 66 mensalmente. Já aqueles que ficarem no segundo andar terão um custo de R$ 59. Cada box tem 3 m². Os cadastrados pela Prefeitura receberão cursos de capacitação, promovidos pelo Serviço de Apoio às micro e pequenas empresas (Sebrae ), para formalizar o seu negócio.
Para a comerciante Maria do Socorro, o shopping popular veio em uma boa hora. “Sou cadastrada há mais de dez anos. É muito ruim ficar correndo com as mercadorias para cima e para baixo. Muitas pessoas reclamam que vão perder clientes, mas quem já tem os seus clientes certos, eles não vão deixar de comprar só porque você mudou de local”, disse.
De acordo com o superintendente da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU), os ambulantes que não vão foram cadastrados, não irão ocupar de forma informal as ruas do Centro da capital alagoana. Já os cadastrados, saem da informalidade e passam a ser empreendedores individuais, com um ponto de vendas fixo e melhores condições de trabalho.