No 'Dia Mundial do Combate às Drogas', um alerta: em nada menos do que 91% dos municípios do Brasil há dependentes de crack. Em recente pesquisa realizada com 3 mil moradores de rua do Rio de Janeiro, outro número alarmante. Dos que admitiram consumir alguma droga, 24% informaram que são viciados em crack. Número superior aos 20% que admitiram a dependência do álcool - uma droga legalizada - e aos 12% informaram que são usuários frequentes de maconha.

Por ser mais barato que a cocaína, o crack se popularizou, mas já foi encontrado em grandes quantidades também na classe média. O efeito, quase que imediato, ilude e causa sensações difíceis de imaginar. Mas tão rápido quanto o prazer, vem as consequências. O crack devasta o organismo em pouco tempo e leva o viciado a cometer crimes como furtos e até assassinatos visando conseguir dinheiro para comprar a droga.

A psicóloga Elizabeth Carneiro acredita que não basta colocar o usuário em uma clínica e não cuidar de sua reintegração à sociedade: “Há quem acredite no tratamento ambulatorial para os dependentes de crack. Eu diria que raros são os casos das pessoas que conseguem parar de usar o crack sem internação. Agora, internar não é tirar da rua e mandar para um abrigo. O ideal é mandar para um lugar seguro. Mais importante ainda é que existe um suporte social após a internação, porque o indivíduo vai sair da clínica para algum lugar. Se a família ou o grupo social não é trabalhado, de nada adianta a internação”.