Destituição de Lugo afeta Estado de Direito no Paraguai, diz órgão da OEA
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) afirmou neste sábado (23) que o julgamento político sumário do Congresso do Paraguai que destituiu o presidente Fernando Lugo na véspera afetou o Estado de Direito neste país.
É "inaceitável a rapidez do julgamento político contra o presidente constitucional e democraticamente eleito", afirmou em um comunicado a comissão, órgão autônomo da Organização de Estados Americanos (OEA).
Segundo o comunicado, o procedimento "afeta a vigência do Estado de Direito no Paraguai".
"É uma paródia da justiça e uma afronta ao Estado de Direito remover um presidente em 24 horas, sem garantias para se defender", considerou em Washington o secretário-executivo da CIDH, Santiago Cantón.
Lugo foi destituído na sexta-feira em um julgamento político sumário, acusado pela câmara de deputados de "mau desempenho de suas funções".
Ele foi substituído quase imediatamente por seu vice-presidente, Federico Franco.
O novo governo de Franco seguia neste sábado sem receber nenhuma mostra de apoio dos países latino-americanos, ouvindo críticas pela forma como Lugo foi retirado do poder e acusações de golpismo de alguns países.
"É altamente questionável" que um julgamento imparcial possa ser tão breve, reiterou a CIDH.
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